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Diversão

Mesmo sem dinheiro do RJ, Campo Grande tem mulherões reinando nas baterias

Elverson Cardozo | 03/02/2015 06:45
Celma é rainha da Igrejinha pelo terceiro ano. (Foto: Marcos Ermínio)
Celma é rainha da Igrejinha pelo terceiro ano. (Foto: Marcos Ermínio)

Apesar de todos os perrengues que as escolas de samba de Campo Grande enfrentam, nada tira a paixão dos carnavalescos. A turma que faz a festa acontecer dá mesmo o sangue, se esforça como pode e, muitas vezes, tenta deixar o que não é tão luxuoso, pelo menos, mais bonito.

Nessa empreitada, todos os envolvidos colaboram. Há parcerias, inclusive, entre escolas. Mas, no meio disso tudo, as rainhas de bateriase destacam por representar, na linha de frente, a agremiação.

Rainha esbanja simpatia. (Foto: Marcos Ermínio)
Rainha esbanja simpatia. (Foto: Marcos Ermínio)

Na avenida, elas abusam da simpatia, da sensualidade e do samba para conquistar o público e, claro, os jurados. Rainha da bateria da Igrejinha pelo terceiro ano, a representante comercial Celma Cardoso de Oliveira, de 42 anos, dedica boa parte do tempo que tem livre à função.

Durante a semana, trabalha o dia todo, mas, de sexta a domingo, bate ponto nos ensaios, que começam às 19h e só terminam às 22h. Ela é responsável pela coreografia de pelo menos 20 passistas. O cargo exige dedicação e, mais que isso, disciplina. Para manter o corpo em forma, a mulher acorda às 5h. Às 6h já está na academia para as aulas de musculação, jump e muay thai.

São pelo menos duas horas de exercícios “para ganhar fôlego”. A alimentação sempre foi balanceada, mas, agora, Celma está comendo mais massas. “É para aguentar o trampo porque, nessa época, como ensaio bastante, perco de 4 a 5 quilos, então tem que repor”, explica.

Mas não é só o corpo que precisa estar em ordem. O cabelo requer cuidados especiais e a pele sempre pede um bom banho de sol. Exibindo simpatia, a morena, que recebe elogios por não aparentar a idade que tem, diz que se destaca pelo samba mais harmônico, rápido, porém leve.

Celma também gosta de chamar a atenção pela produção. Apaixonada pelo Carnaval e suas fantasias, a mulher tem em casa pelo menos 20 looks, entre roupas para a “frente de bateria”, como costuma dizer, e de eventos, para se apresentar em festas, por exemplo.

Rainha da Cinderela Tradição, Karlen de Souza. (Foto: Marcos Ermínio)
Rainha da Cinderela Tradição, Karlen de Souza. (Foto: Marcos Ermínio)

É uma realidade bem diferente da rainha do Cinderela Tradição do José Abrão, a confeiteira Kerlen de Souza Pinto, de 22 anos, que precisou emprestar uma fantasia da amiga, rainha da Deixa Falar, para a entrevista ao Lado B.

A parceria é justificável. Além da escola não ter o “peso” da Igrejinha, Kerlen vai estar na função pela primeira vez. Mas não é uma iniciante. Ela já acumula experiências de outros carnavais, em Corumbá. “Eu desfilava pela Império do Morro. Fui passista durante quatro anos”, conta.

Estreante no Carnaval de Campo Grande, Kerlen se mostra segura, mas não deixa de se esforçar. A jovem também tenta manter uma rotina de preparação. “Estou fazendo aula de jump e musculação e malhando as pernas com mais pesos para pegar resistência”.

Os ensaios, na sexta, sábado e domingo, tomam pelo menos 3h30 do tempo livre da rainha que, diferente de Celma, não ficou responsável por nenhuma passista, já que é

Mas a dedicação é a mesma. Carnaval, para ela, é “tudo”. É alegria e paz. Para a rainha da Igrejinha, é isso e mais um pouco: “É amizade e simpatia”, acrescenta.

Kerlen já foi passista em Corumbá. (Foto: Marcos Ermínio)
Kerlen já foi passista em Corumbá. (Foto: Marcos Ermínio)
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