Nem frio e chuva abalam quem não via a hora de matar a saudade de um arraial
Além das apresentações musicais, o arraial terá 22 barracas de comidas típicas
Quem não via a hora de matar a saudade de uma boa festa junina, não se arrependeu de enfrentar o climinha fresco e até chuva para ir até o Arraial de Santo Antônio, na Praça do Rádio Clube, na noite desta sexta-feira (10). Após dois anos de suspensão, o evento retornou a todo vapor com direito quadrilha, shows nacionais e aquela comida típica que todo mundo ama.
Neste ano, a novidade ficou por conta do "buraco quente", um clássico dos lanches caseiros feitos no improviso e o carreteiro pantaneiro, uma versão mais "turbinada" do prato queridinho de MS. A funcionária pública Renata Alexandrino, de 36 anos, chegou cedo na festança para matar a fome e garantir o melhor lugar para assistir aos shows. Ela foi a primeira a encontrar uma aliança na versão pote do bolo de Santo Antônio. "Agora vai", brinca Renata, que nunca namorou.
"Esse é o quarto ano que eu compro o bolo e até então, nunca tinha encontrado. Agora, eu vou ficar na esperança de encontrar um parceiro que seja companheiro, amoroso, fiel, trabalhador e gente boa. Eu sempre acreditei em Santo Antônio", completa Renata.
Neste ano, 500 alianças foram distribuídas entre os 7 mil potes de bolo que serão colocados à venda no Arraial. Cada pote custa R$ 10,00. Teve até gente comprando seis unidades para tentar achar a aliança e "desencalhar".
Outro admirador confesso de festas juninas e dos cantores regionais que sobem ao palco hoje é o construtor civil José Pedro Sobrinho, de 64 anos, ele saiu do Jardim Tijuca 2 acompanhado da esposa e a filha.
Os shows do primeiro dia ficam por conta das duplas Munhoz e Mariano e João Lucas e Walter Filho. "Eu gostei muito de terem trazido estes artistas da nossa terra. Acho que vamos ficar aqui até o final da festa, caso a chuva não aumente", diz.
E como toda boa festa junina, cada barraquinha do Arraial de Santo Antônio reúne alguns dos pratos que só de imaginar já dão água na boca. O destaque vai para a barraca da Paróquia Santo Antônio, que tem o milho como base de quase todos os pratos.
Os bolos estão custando em média R$ 8,00 a fatia, mesmo preço do caldo de milho com frango desfiado e da sopa paraguaia. Outra iguaria que não dá para ninguém deixar passar batido é o arroz pantaneiro temperado com banana, bacon, calabresa e pimenta biquinho, que custa R$ 20 reais e que os festeiros encontram na barraca espírita Anorran.
Já na barraca da Associação dos Ostomizados de Mato Grosso do Sul, a auxiliar administrativa Lana Flores, de 60 anos, oferece o sucesso que é uma delícia e encanta pela simplicidade: o "buraco quente". Para quem não sabe, o sanduíche nada mais é do que um pão francês recheado com uma generosa porção de carne moída com molho de tomate.
"Há 20 anos que eu monto barraca nessa festa e eu sempre estive buscando inovar e, desta vez, quis trazer a saltenha e o buraco quente. Ele é o que mais tem vendido", se orgulha.
Seja por conta das atrações ou dos sabores, o arraial retornou despertando aquela animação típica dessa época, mas que há dois anos, já não se via por conta da pandemia.
"Eu estava com saudade de um arraial, desde a época de escola que eu estava afastada, depois, veio a pandemia. Hoje, eu tive a oportunidade de dançar novamente para relembrar esse tempo bom, que infelizmente, não volta mais. Então, é aproveitar o momento e curtir o arraial”, comenta a musicista da Escola Deixa Falar, Naiara Tomaz, de 32 anos, que hoje, conciliou o samba no pé com o baião.
Admirador confesso das festas juninas "desde que se entende por gente", o contador André Ribeiro, de 32 anos, começou a dançar nas quadrilhas do Arraial de Santo Antônio em 2011 e, inclusive, fez parte do grupo pentacampeão nas disputas de coreografias, o Pega-Fogo.
Hoje, ele não dançou, mas foi acompanhado da filha que desde já também adora as festas de junho. "Eu gosto de todo esse conjunto: comida, dança. E ela me acompanha nas apresentações desde pequenininha, é a herdeira. Eu estava com muita saudade, sou apaixonado por esse movimento junino", conclui André.
Está só começando - Nesta sexta-feira, sobem ao palco do evento as duplas Munhoz e Mariano e João Lucas e Walter Filho. Amanhã, as atrações são Aurélio Miranda, às 19h, Renato e Renan, além de Hudson e Pedro Hulk. Para variar no estilo, Magron Escobar leva forró para a praça e, encerrando a noite, o Grupo Uirapuru leva bailão para o arraial.
No domingo (12), a Praça do Rádio recebe a dupla Patrícia e Adriana, e, em seguida, João Carreiro. A segunda-feira (13) será o último dia da celebração com quermesse, missa da paróquia e barracas de comidas.
Além das apresentações musicais, o arraial terá 22 barracas de comidas típicas, incluindo cachorro-quente, milho verde, espetinhos, pamonha e quentão. Como não poderia faltar, a festa ainda terá muita dança, apresentações de quadrilha e decoração com bandeirolas.