Para quem viveu a década de 60 é difícil entender a juventude hoje, diz Serguei
Aos 80 anos, Serguei continua com as mesmas histórias: escravo do sexo, fala do affair que teve com Janis Joplin, relembra os encontros com Jim Morrison... Mas a voz que sai da fala é baixa e as respostas às perguntas estão longe de ser objetivas, mas volta e meia fazem todo sentido.
Em Campo Grande para um show nesta quinta-feira, no Lendas, nos devaneios de quem completa 50 anos de música, ele diz que é difícil para quem viveu na década de 60, ver a juventude de hoje. “Não que ela seja careta, mas o que rola é. A caretice adormente é uma coisa muito severa, um horror. É muito difícil hoje, para quem viveu a década de 60, quando a juventude foi responsável pela maior revolução cultural”, frisa.
Ele completa dizendo que falta espontaneidade. “Aquela coisa humana, aquilo do Rock’n Roll. Não tem mais atitude, todos se vestem iguais, não tem mais a rebeldia que vem da alma”.
Entre histórias do passado e do presente, ele se mistura em datas, mas se lembra de cada detalhe delas, como do show na segunda edição do Rock in Rio, quando pulou no palco com uma rosa nas calças. “Eu puxei, lambi e dei para um menino lindo que me olhava assim”, e gesticula a expressão boquiaberta do rapaz.
Ele bate o pé em dizer que para si, o tempo não passou. “Eu não tenho sexo, não tenho idade, eu ando solto pela cidade” e faz críticas ao brasileiro que rotula como velho quem ainda está na flor da idade. “Homem de 50 anos no Brasil é velho”, cita.
Sem ter um único disco gravado, apenas compactos, Serguei é figura folclórica do rock brasileiro e volta a afirmar, para quem quiser saber, que continua ativo sexualmente e sem precisar de qualquer pílula azul. “Quando você está doente, toma o que? Remédio não é? Viagra é o que? Mas como eu não estou doente”, reforça.
Quanto ao show desta noite, diz que não tem como adiantar nada. “Depende da hora, quem manda é o público, mas eu mando mais, quero ver todo mundo cantando”.
O show será no Lendas Pub, a partir das 22h, com a abertura de Pepê Moraes, cover oficial do Cazuza. A casa fica na avenida Mato Grosso, 2090. O ingresso custa R$ 25 antecipado, sobe para R$ 50 na hora (inteira), mas quem levar 1 quilo de alimento não perecível à bilheteria da casa terá direito à pagar meia. Os pontos de venda são Lojas Chilli Beans e escritório Cabaret, na avenida Mato Grosso, número 1801.