Passeio em parque mostra o mundo das abelhas com degustação de mel
Parque das Nações Indígenas ganhou meliponário com 12 espécies que público pode visitar sem medo do ferrão
As abelhas ‘tomaram conta’ do Parque das Nações Indígenas e o público pode conferir de perto 12 das espécies mais criadas no Estado. A visita guiada ao meliponário é uma oportunidade gratuita que termina com degustação de mel e pólen.
O projeto ‘Meliponicultura e conservação de abelhas nativas sem ferrão do Mato Grosso do Sul’ é resultado do projeto da Alespana (Associação Leste Pantaneira de Apicultores) com apoio da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). Veja ao final da matéria a galeria de fotos do meliponário.
Ao todo, 36 caixas foram espalhadas numa área do parque onde mensalmente será feito o tour pelo ‘universo’ das abelhas. Curiosidades, defesa, aptidão, raio de voo e produção são alguns dos pontos abordados durante a visita que leva de 45 minutos a 1h.
Veja o vídeo com duas das 12 espécies:
A primeira visita organizada ao meliponário, que é o primeiro público do Estado, aconteceu na terça-feira (31). A estreia atraiu curiosos, criadores e aqueles que tem fascínio pelas abelhas.
Entre os visitantes estava Domingos Magnos, de 74 anos. Ele relata que desde criança tem interesse pelo inseto e que ano passado começou a criar em casa a Jataí.
“Comecei em julho, tenho três caixas, vou criar só a Jataí. Toda vida gostei da abelha e é bom, porque você planta um pé de fruta e ele dá mais fruta. Elas se acostumam com a gente e são muito mansas”, afirma.
Terezinha Rockenbach, de 74 anos, aproveitou a manhã de terça para ‘apreciar’ as abelhas. A aposentada relata que o primeiro contato que teve com elas foi através da criação do avô. “Conheço em termos de curiosidade, meu avô tinha mais de 700 caixas de abelha”, explica.
Desde o dia que agendou a visita, ela estava animada para conhecer a coleção de abelhas. Terezinha não tinha curiosidade por nenhuma em particular e sim por todas. “Apreciar as abelhas sem ferrão, isso que é o interessante no momento”, afirma.
Militar da reserva, César Eduardo Guariento, de 55 anos, é outro fã de abelha que aproveitou a visita para aprender um pouco mais sobre as espécies.
Algumas, ele conta que já conhece e inclusive cria em casa. “Eu só criava a Jataí, Mirim e Iraí, trabalhei também com as abelhas com ferrão. Tenho um meliponário também com a Mandaçaia, Manduri, abelha canudo, borá”, diz.
O militar da reserva pontua que projetos como esse são importantes para conscientizar a sociedade a respeito da preservação. “É muito legal a preservação e que isso se estenda para as pessoas que não conhecem. Eu estava lendo um texto nessa semana e não é só criar abelhas, é dar alimento pras abelhas também, criar árvores que dão flores para que elas se alimentem”, destaca.
Veja quais são as 12 espécies - O 1º meliponário público do Estado reúne as seguintes espécies: Tetragonisca fiebrigi (Jataí), Tetragona clavipes (Borá), Scaptotrigona sp. (Mandaguari), Leurotrigona muelleri (lambe-olhos), Plebeia remota (Mirim-guaçu), Plebeia lucii (Mirim Luci), Melipona orbignyi (Manduri do Mato Grosso ou Mandaçaia Pantaneira), Frieseomelitta varia (Marmelada), Melipona rufiventris (Uruçu Amarela), Melipona quadrifasciata quadrifasciata (Mandaçaia), Nannotrigona testaceicornis (Iraí) e Plebeia julianii (Mirim Juliani).
Essas são comuns no Estado e em outras regiões do País, sendo que a ‘estrela’ do meliponário é a Mandaçaia Pantaneira que só é encontrada no Mato Grosso do Sul.
Ao Lado B, a zootecnista da Agraer, Jovelina Oliveira, explica que durante a visita as pessoas poderão conhecer as abelhas e suas especificidades.
“Temos 12 espécies em grupos de três, a primeira é a Marmelada. A gente vai retirar a caixa, o suporte, abrir e mostrar a diferença morfológica, tipo de asa, cor, entrada, característica de ninho. Depois é a Mirim, a ‘Lambe Olhos’, que é uma abelha bem pequena. A pessoa já vê a diferença do ninho, de como é feito o mel, a quantidade de abelhas”, esclarece.
Ela garante que ninguém precisa ter medo do contato com esses insetos, pois não existe o perigo de alguém ser picado. “O ferrão não foi sendo usado durante várias gerações, então elas têm, mas é atrofiado, afuncional, não funciona”, ressalta.
Conforme a zootecnista, o parque foi escolhido para receber o projeto por uma questão de visibilidade e educação ambiental. O intuito é que o público conheça e preserve as espécies que fazem toda a diferença no meio ambiente.
“A gente quer instigar as pessoas a pesquisarem essas abelhas, criarem, darem importância, porque quando a gente conhece a gente preserva”, enfatiza.
Além da visita ao meliponário, a Agraer planeja abrir um curso de criação de abelhas. Jovelina comenta que as aulas serão direcionadas para quem deseja aprender a criar as espécies.
“A gente tá prevendo curso aqui, vamos fazer uma quantidade de inscritos e marcar. Ainda não tem previsão. É o básico da criação de abelhas, principais características, o que precisa pra montar o meliponário, manejo, tipos de caixa”, resume.
Serviço - Para quem gosta e tem curiosidade em saber mais sobre as abelhas, a visita é uma oportunidade gratuita que será ofertada mensalmente mediante agendamento no (67) 3318-5137. A próxima data de visitação ainda não foi definida, mas o agendamento está sendo feito normalmente.
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Confira a galeria de imagens: