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Diversão

Passeio em parque mostra o mundo das abelhas com degustação de mel

Parque das Nações Indígenas ganhou meliponário com 12 espécies que público pode visitar sem medo do ferrão

Jéssica Fernandes | 01/02/2023 06:44
Mandaçaia MQQ na colmeia que faz parte do meliponário no Parque das Nações Indígenas. (Foto: Paulo Francis)
Mandaçaia MQQ na colmeia que faz parte do meliponário no Parque das Nações Indígenas. (Foto: Paulo Francis)

As abelhas ‘tomaram conta’ do Parque das Nações Indígenas e o público pode conferir de perto 12 das espécies mais criadas no Estado. A visita guiada ao meliponário é uma oportunidade gratuita que termina com degustação de mel e pólen.

O projeto ‘Meliponicultura e conservação de abelhas nativas sem ferrão do Mato Grosso do Sul’ é resultado do projeto da Alespana (Associação Leste Pantaneira de Apicultores) com apoio da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). Veja ao final da matéria a galeria de fotos do meliponário.

Ao todo, 36 caixas foram espalhadas numa área do parque onde mensalmente será feito o tour pelo ‘universo’ das abelhas. Curiosidades, defesa, aptidão, raio de voo e produção são alguns dos pontos abordados durante a visita que leva de 45 minutos a 1h.

Veja o vídeo com duas das 12 espécies:

A primeira visita organizada ao meliponário, que é o primeiro público do Estado, aconteceu na terça-feira (31). A estreia atraiu curiosos, criadores e aqueles que tem fascínio pelas abelhas.

Entre os visitantes estava Domingos Magnos, de 74 anos. Ele relata que desde criança tem interesse pelo inseto e que ano passado começou a criar em casa a Jataí.

“Comecei em julho, tenho três caixas, vou criar só a Jataí. Toda vida gostei da abelha e é bom, porque você planta um pé de fruta e ele dá mais fruta. Elas se acostumam com a gente e são muito mansas”, afirma.

Terezinha conta que veio 'apreciar' as espécies do meliponário. (Foto: Paulo Francis)
Terezinha conta que veio 'apreciar' as espécies do meliponário. (Foto: Paulo Francis)

Terezinha Rockenbach, de 74 anos, aproveitou a manhã de terça para ‘apreciar’ as abelhas. A aposentada relata que o primeiro contato que teve com elas foi através da criação do avô. “Conheço em termos de curiosidade, meu avô tinha mais de 700 caixas de abelha”, explica.

Desde o dia que agendou a visita, ela estava animada para conhecer a coleção de abelhas. Terezinha não tinha curiosidade por nenhuma em particular e sim por todas. “Apreciar as abelhas sem ferrão, isso que é o interessante no momento”, afirma.

Militar da reserva, César Eduardo Guariento, de 55 anos, é outro fã de abelha que aproveitou a visita para aprender um pouco mais sobre as espécies.

César Eduardo fala sobre a importância de preservar abelhas. (Foto: Paulo Francis)
César Eduardo fala sobre a importância de preservar abelhas. (Foto: Paulo Francis)

Algumas, ele conta que já conhece e inclusive cria em casa. “Eu só criava a Jataí, Mirim e Iraí, trabalhei também com as abelhas com ferrão. Tenho um meliponário também com a Mandaçaia, Manduri, abelha canudo, borá”, diz.

O militar da reserva pontua que projetos como esse são importantes para conscientizar a sociedade a respeito da preservação. “É muito legal a preservação e que isso se estenda para as pessoas que não conhecem. Eu estava lendo um texto nessa semana e não é só criar abelhas, é dar alimento pras abelhas também, criar árvores que dão flores para que elas se alimentem”, destaca.

Veja quais são as 12 espécies - O 1º meliponário público do Estado reúne as seguintes espécies:  Tetragonisca fiebrigi (Jataí), Tetragona clavipes (Borá), Scaptotrigona sp. (Mandaguari), Leurotrigona muelleri (lambe-olhos), Plebeia remota (Mirim-guaçu), Plebeia lucii (Mirim Luci), Melipona orbignyi (Manduri do Mato Grosso ou Mandaçaia Pantaneira), Frieseomelitta varia (Marmelada), Melipona rufiventris (Uruçu Amarela), Melipona quadrifasciata quadrifasciata (Mandaçaia), Nannotrigona testaceicornis (Iraí) e Plebeia julianii (Mirim Juliani).

Mandaçaia Pantaneira é espécie exclusiva do Estado. (Foto: Paulo Francis)
Mandaçaia Pantaneira é espécie exclusiva do Estado. (Foto: Paulo Francis)

Essas são comuns no Estado e em outras regiões do País, sendo que a ‘estrela’ do meliponário é a Mandaçaia Pantaneira que só é encontrada no Mato Grosso do Sul.

Ao Lado B, a zootecnista da Agraer, Jovelina Oliveira, explica que durante a visita as pessoas poderão conhecer as abelhas e suas especificidades.

“Temos 12 espécies em grupos de três, a primeira é a Marmelada. A gente vai retirar a caixa, o suporte, abrir e mostrar a diferença morfológica, tipo de asa, cor, entrada, característica de ninho.  Depois é a Mirim, a ‘Lambe Olhos’, que é uma abelha bem pequena. A pessoa já vê a diferença do ninho, de como é feito o mel, a quantidade de abelhas”, esclarece.

Zootecnista da Agraer, Jovelina segura ferramenta para abrir caixa de abelha. (Foto: Paulo Francis)
Zootecnista da Agraer, Jovelina segura ferramenta para abrir caixa de abelha. (Foto: Paulo Francis)

Ela garante que ninguém precisa ter medo do contato com esses insetos, pois não existe o perigo de alguém ser picado. “O ferrão não foi sendo usado durante várias gerações, então elas têm, mas é atrofiado, afuncional, não funciona”, ressalta.

Conforme a zootecnista, o parque foi escolhido para receber o projeto por uma questão de visibilidade e educação ambiental. O intuito é que o público conheça e preserve as espécies que fazem toda a diferença no meio ambiente.

“A gente quer instigar as pessoas a pesquisarem essas abelhas, criarem, darem importância, porque quando a gente conhece a gente preserva”, enfatiza.

(Foto: Paulo Francis)
(Foto: Paulo Francis)

Além da visita ao meliponário, a Agraer planeja abrir um curso de criação de abelhas. Jovelina comenta que as aulas serão direcionadas para quem deseja aprender a criar as espécies.

“A gente tá prevendo curso aqui, vamos fazer uma quantidade de inscritos e marcar. Ainda não tem previsão. É o básico da criação de abelhas, principais características, o que precisa pra montar o meliponário, manejo, tipos de caixa”, resume.

Serviço - Para quem gosta e tem curiosidade em saber mais sobre as abelhas, a visita é uma oportunidade gratuita que será ofertada mensalmente mediante agendamento no (67) 3318-5137. A próxima data de visitação ainda não foi definida, mas o agendamento está sendo feito normalmente.

Visita termina com desgutação do mel e pólen. (Foto: Paulo Francis)
Visita termina com desgutação do mel e pólen. (Foto: Paulo Francis)

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Confira a galeria de imagens:

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