Quem não tem cão, caça com piscina de plástico, morrer torrado é que não dá
Na internet o que não falta são invenções e dicas para quem quer aliviar o calor sem gastar nada ou desembolsando muito pouco, mas nada tira de cena a boa e velha piscina de plástico, aquela que a gente encontra em supermercado.
A desculpa, na hora da compra, são as crianças, mas, no final das contas, até adulto não resiste e entra. Na casa do motorista Roberto da Silva, de 35 anos, a piscininha faz parte dos produtos de primeira necessidade, ainda mais agora, com esse calor do fim do mundo.
Foi com a esposa, a cabeleireira Vanessa Nogueira de Souza da Silva, de 33 anos, que ele decidiu comprar a primeira, quando a filha mais velha, Bianca, tinha 2 anos. Na época, como ela relativamente caro, o casal parcelou o produto, da Casas Bahia, em três vezes. Hoje eles já podem comprar à vista.
Quem agradece é Bianca, que se acostumou com a “mordomia”, tomou gosto e aprendeu a nadar, apesar do pouco espaço. Hoje, com 5 anos, bem maior, ela só consegue dar uma braçada, mas, pelo menos, mergulha e não passa calor. O irmão, Gildasio, de 2, está no mesmo caminho.
A dupla se diverte durante o dia. O espaço é deles, mas, vira e mexe, Vanessa e Roberto querem se refrescar. “Aí a gente dá uma mergulhada. De vez em quando entra todo mundo e fica embolado”, diz o motorista. “Ontem eu fechei o salão mais cedo e vim brincar com as crianças”, comenta a mulher.
A piscina de plástico também faz parte da rotina da dona de casa Simone Miranda Dutra, de 35 anos, do esposo dela, o motorista Cleber Roberto Batistote, de 37 anos e do filho, Mateus Vinicius, de 5.
O casal adquiriu uma de 1 mil litros, só para o menino. Se deixar, Mateus passa o dia dentro da água. “Ele era bem branquelo. Ficou até moreno”, brinca a mãe.
Mas a teimosia do garoto é compreensível. “Tá insuportável o calor. Muito quente”, reclama. Vanessa e o marido às vezes dividem espaço com Mateus, mas o casal quer mesmo é comprar uma piscina maior, de fibra, para juntar “todo mundo”.
Se pudesse, a estudante Evelyn Ferreira Santos Jaime, de 24 anos, faria o mesmo, mas, por enquanto, ela e os cinco adultos que moram na mesma casa se refrescam, no máximo, com banho de mangueira.
A piscina de plástico, que ela comprou no Atacadão, é das filhas, Sophie, de 2 anos, e Lara Cristina, de 5. “Tem que ser assim. Só água para refrescar”, diz, ao comentar que veio de Corumbá esperando um clima mais ameno, mas se surpreendeu. “Aqui está pior”, reclama.