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Diversão

Rua da Comunidade Tia Eva está na lista das mais pretas e lindas do País

E você pode fazer um tour virtual pela Comunidade Tia Eva e Igreja São Benedito

Thailla Torres | 30/06/2022 09:55
Rua da Comunidade Tia Eva está na lista das mais pretas e lindas do País
Sérgio Antônio da Silva, conhecido como Seu Michel, que é bisneto de tia Eva, mostrando ao Guia Negro a comunidade quilombola. (Foto: Heitor Salatiel)

A via que corta a comunidade quilombola Tia Eva, em Campo Grande, está na lista das mais pretas e bonita do País. A listagem feita pelo blog Guia Negro, publicado na Folha de São Paulo, evidencia vias que merecem uma visita e que abrigam potências e heranças africanas pelo País.

Na listagem, a Rua Eva Maria de Jesus, aparece como um importante lugar a ser visitado por toda sua história, a São Benedito, a mais antiga da cidade, construída em 1919 e que abriga uma antiga imagem de São Benedito, que acompanhou a escravizada liberta Eva Maria de Jesus, a Tia Eva, no seu percurso até chegar na cidade.

O endereço é onde são realizadas festas para São Benedito no mês de maio e há trancistas que fazem penteados afro. O guia sugere visita ao centro comunitário, que recebe eventos, além de comércios locais ou um papo com algum descendente de Tia Eva, tomando tereré, bebida indispensável para o sul-mato-grossense.

Para quem não pode ir até à Comunidade Tia Eva, é possível fazer até uma visita virtual. Em um site (clique aqui) você pode passear pela rua, ver detalhes da igreja, do centro comunitário e da comunidade, inclusive, no interior da igreja.

Além da rua campo-grandense, o Guia Negro, assinado por Guilherme Soares Dias, selecionou outras 5 ruas pelo País para compor a lista de "mais pretas e lindas". Confira abaixo.

Ladeira do Curuzu, Bairro do Curuzu, Salvador

Rua da Comunidade Tia Eva está na lista das mais pretas e lindas do País
Salvador,BA,Brasil 22.02.2020 Saída do Ilê Aiyê Ilê Aiyê inicia festa com tradicional saída da Ladeira do Curuzu, no bairro da Liberdade. (Foto: Fernando Vivas/GOVBA)

 A rua foi eternizada pelo bloco afro Ilê Aiyê que tem nela sua sede, a Senzala do Barro Preto, onde há escola e eventos como a Noite da Beleza Negra, além dos ensaios do bloco. Por lá, também ficam os terreiros de candomblé Jitolu, que dá origem ao Ilê Aiyê, e o Vodun Zo, um dos mais antigos da cidade e tombado pelo patrimônio histórico municipal.

Rua São Francisco da Prainha, Gamboa, Rio de Janeiro

É uma pequena rua de paralelepípedos no coração da Gamboa, sub bairro da Saúde, que foi eleito pela Revista Time Out com um dos 50 bairros mais legais do mundo, o único no Brasil na lista. A rua começa no Largo da Prainha, onde está a estátua de Mercedes Baptista, a única de uma mulher negra no Rio, que foi precursora da dança afro, teve sua própria companhia de dança e foi a primeira mulher negra a dançar no Teatro Municipal do Rio.

Rua Dom José de Barros, República, São Paulo

Rua da Comunidade Tia Eva está na lista das mais pretas e lindas do País
Rua Dom Jose de Barros, República, São Paulo, atrai jovens negros que buscam se divertir e curtir músicas de ascendência negra (Foto: Ronny Santos/Folhapress)

No centro da capital paulistana, a rua em formato de calçadão abriga camelôs durante o dia e trabalhadores da região central, em sua maioria negros, confraternizando à noite. Tem roda de samba; o marco zero do hip hop (inscrição na calçada em homenagem aos precursores do ritmo que ali se apresentavam). Dá acesso à Galeria do Reggae, reduto dos imigrantes africanos que vendem cabelos, roupas, comida e produtos musicais. O calçadão segue até em frente ao Largo Paissandu, onde fica a Igreja Rosário dos Pretos e a estátua da Mãe Preta, que por anos foi o único monumento de mulher negra na cidade e que, apesar de um retrato servil, foi ressignificada pelo movimento negro sendo, hoje, o local de término do cortejo do bloco afro Ilú Obá de Min, nas sextas de carnaval e da Marcha das Mulheres Negras no 25 de julho.

Rua Thomé de Souza, Bairro da Liberdade, São Luís  

Rua da Comunidade Tia Eva está na lista das mais pretas e lindas do País
Integrantes do Terreiro Ylé Ashé Oba Yzôo percorrem a rua Thomé de Souza no Bairro Liberdade. (Foto: Heitor Salatiel)

A principal rua do maior quilombo urbano das Américas, o bairro da Liberdade, em São Luís, tem pelo menos, 25 pontos de interesse turísticos, conforme o Guia Negro apontou. São diversos terreiros e sedes de "bois", como o da Floresta e do Boi de Leonardo, que nesse mês de junho recebe festas de bumba meu boi. O complexo tem atraído atenção de visitantes que querem passeios para além das praias. Pela via estreita ladeada de casas simples, há também terreiros como o Yle Ashe Ogum Logbo e o Yle Ashe Oba Yzoo.

Avenida Luiz Guaranha, Quilombo Areal no Menino Deus, Porto Alegre

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Fachada da Associação Comunitária e Cultural "Quilombo do Areal", na Avenida Luiz Guaranha, em Porto Alegre (RS). (Foto: Marcos Nagelstein/Folhapress)

Fica no meio de um bairro de classe média, que no passado já foi um local de esconderijo e depois moradia para pessoas negras, onde inclusive nasceu o samba na capital gaúcha que hoje pode ser curtido no Boteko do Caninha, que fica perto da rua. Com o nome de avenida, a pequena via sem saída é uma das últimas resistências negras do bairro. De acordo com o Guia Negro, a comunidade busca o reconhecimento de área quilombola.

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