Vocalista do Engenheiros cobrou quase o dobro para tocar no MS Canta Brasil
Enquanto que para a iniciativa privada o valor para bancar a vinda do cantor Humberto Gessinger a Campo Grande seria de R$ 35 mil, para o governo de Mato Grosso do Sul o show custará quase o dobro. São R$ 66.320 mil, conforme contrato publicado hoje no Diário Oficial do Estado.
Desde o ano passado, uma empresa tentava trazer o vocalista do Engenheiros do Hawaii para apresentação na cidade, inclusive, com a possibilidade de show em um dos shoppings da Capital.
Mas a atração só foi confirmada pela Fundação de Cultura, como a primeira edição do MS Canta Brasil de 2014, no próximo dia 9. “Decidimos por conta dos pedidos dos fãs”, explica o presidente Américo Calheiros.
No ano passado, esse tipo de discrepância nos valores cobrados pelos artistas ganhou destaque na imprensa nacional por conta dos contratos firmados no Ceará.
Enquanto a banda Jota Quest, por exemplo, pedia normalmente R$ 95 mil para apresentação, ganhou R$ 223 mil do governo cearense. A cantora Zélia Duncan teve o valor de R$ 37 mil reajustado para R$ 140 mil só pelo fato da verba ser pública, denunciou o Ministério Público do Ceará.
O Lado B tentou contato com o empresário de Humberto Gessinger, Wilson Chaves, telefonando para a "Estreia Produções", no Rio de Janeiro. Quem atendeu disse que Wilson estava viajando, mas repassou algumas informações dizendo ser o “sócio” da empresa, mas sem informar o nome.
Sobre os valores, disse apenas que “não são abertos” e sim informações exclusivas para quem negocia os shows. “Porque você não pergunta aí?”, recomendou, antes da ironia: "Você acha que uma matérinha vai mudar alguma coisa?"
Na Fundação de Cultura, o presidente Américo Calheiros confirma que o valor é referente apenas ao cachê e justifica a diferença dizendo que “cada show é um show”. “Os valores mudam de acordo com os espaços onde o cantor vai se apresentar. Aqui, por exemplo, ele não vai tocar em um lugar fechado, vai ser no Parque, gratuito”, alega.
Ele diz que a equipe recebe a proposta dos empresários e verifica a cotação no mercado. "Daí a gente negocia o cachê, se estiver bom para as duas partes, fechamos contrato", completa.