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Choque térmico, boca torta e herpes, mito e verdade de juntar calor e ar gelado

Todo mundo já ouviu algum alerta para não sair do calorão entrar em ambientes gelados

Danielle Valentim | 18/09/2019 12:34
Corpo humano sofre os impactos com a temperatura porque não foi feito para se adaptar a mudanças repentinas entre o frio e o calor. (Foto:Marina Pacheco)
Corpo humano sofre os impactos com a temperatura porque não foi feito para se adaptar a mudanças repentinas entre o frio e o calor. (Foto:Marina Pacheco)

O famoso alerta das mães “cuidado para não entortar a boca” também está presente nesse calorão, afinal, qualquer mudança repentina de temperatura do corpo se encaixa no popular choque térmico. Apesar de a alteração do clima provocar até a paralisia de Bell, o médico emergentista Rodrigo Quadros desvenda alguns mitos e acalma o coração da galera.

É necessária uma mudança muito brusca de temperatura para que o corpo sofra os impactos. Porém, em algumas pessoas, a paralisia de Bell pode ocorrer com mais facilidade.

Mas pasmem, na maioria das vezes não há uma causa específica. A paralisia também está relacionada à baixa imunidade e ao desequilíbrio neurológico. Quando se fala no estresse é porque o tipo de agitação contribui para a perda de controle da imunidade.

O corpo humano sofre os impactos com a temperatura porque não foi feito para se adaptar a mudanças repentinas entre o frio e o calor. Para manter a média de 36°C, diante de uma rápida alteração, os vasos sanguíneos e coração trabalham de forma dobrada.

O choque térmico acontece no calor ou no frio, mas a maior frequência da paralisia com relação a temperatura ocorre no inverno forte.

Médico emergentista Rodrigo Quadros e professor da Uniderp. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Médico emergentista Rodrigo Quadros e professor da Uniderp. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

O médico emergentista Rodrigo Quadros conversou com o Lado B e desmistificou alguns mitos quando o assunto é a relação entre o choque térmico e a paralisia do rosto, que muitas vezes é confundida com o AVC (Acidente Vascular Cerebral).

“O primeiro mito é sobre o ar condicionado. Por mais baixa que esteja a temperatura, não será capaz mudar a temperatura do corpo a ponto de um choque térmico. A mudança climática repentina e o estresse, por exemplo, também podem ocasionar a paralisia, mas estes não são os fatores principais. A paralisia de Bell também é confundida com o AVC, mas no segundo caso, há danos cerebrais e braços e pernas também se paralisam”, garante.

Quadros explica que um paciente com vírus da herpes simples, aquela feridinha que dá na boca, tem mais probabilidade de se ser acometido com a paralisia.

“A exposição ao sol de pessoas com o vírus da herpes tipo 1, pode estimular a ocorrência de uma paralisia de Bell. Então, a pessoa que tem herpes labial, por exemplo, deve se hidratar bem e evitar esses choques térmicos ou estresse”, frisa.

Mesmo assim, o professor do curso de Medicina da Uniderp garante que é prudente ouvir os conselhos das mães e avós sobre resguardar o corpo de certas exposições climáticas.

“Quando um adulto ou criança diagnosticado com asma muda repentinamente de um ambiente quente para o frio, os pelos do nariz são incapazes de umedecer ou aquecer o ar. Então, quando esse ar frio chega aos brônquios, o órgão se contrai e causa espasmo”, pontua.

A aposentada Doraci Baptista, de 76 anos, teve um exemplo em casa. (Foto: Kísie Ainoã)
A aposentada Doraci Baptista, de 76 anos, teve um exemplo em casa. (Foto: Kísie Ainoã)

A aposentada Doraci Baptista, de 76 anos, teve um exemplo em casa. O filho não somente sofreu com o choque térmico, como foi acometido pela paralisia de Bell.

“Deu no meu filho agora depois de homem. Ele liga o ar muito alto, bem gelado e entortou a boca. Sorte que ele procurou imediatamente um neurologista e começou a fisioterapia. O rosto só voltou depois de uns 20 dias”, conta.

Ainda segundo Doraci, o rosto voltou, mas o filho continua com as sessões de fisioterapia em casa. “Agora ele mesmo faz em casa. Mas foi um susto e tanto”, frisa.

O cuidador Carlos Henrique Machado, de 24 anos, se lembra muito bem do que a mãe e a avó falavam sobre banho quente e vento frio.

“Eu não conheço ninguém que tenha passado por isso, mas me recordo muito bem dos conselhos e tento evitar. Principalmente o banho quente e vento frio”, conta.

Técnica de enfermagem Gehize Meire Fernandes Correa, de 54 anos, garante que não sabe como evitar.(Foto: Kísie Ainoã)
Técnica de enfermagem Gehize Meire Fernandes Correa, de 54 anos, garante que não sabe como evitar.(Foto: Kísie Ainoã)

A dentista Milena Fernandes, de 24 anos, viu acontecer com uma amiga. “Tem vários fatores e vi acontecer com minha amiga. No caso dela, ela havia acabado de sair de um banho quente e tomou vento gelado. O rosto voltou ao normal depois de um tempo”, contou.

A técnica de enfermagem Gehize Meire Fernandes Correa, de 54 anos, garante que não sabe como evitar. “Eu acredito que é bem difícil evitar, porque a gente nunca sabe como o corpo vai reagir as exposições”, conta.

Como evitar – Nessa onda de calor, os cuidados se invertem. Em dias de piscina, rio ou praia é necessário evitar mergulhar na água de uma vez. O ideal é se molhar aos poucos.

Já em épocas frias, é realmente importante se proteger ao sair de um banho quente para vento gelado.

Tratamento - Não existe um tratamento padrão para a paralisia facial, mas inclui uso de medicamentos e fisioterapia. É claro, que tudo depende do tipo e extensão do dano sofrido.

Apesar da recuperação de cerca de 80% dos pacientes, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que ao primeiro sinal de alterações nos músculos da face, a pessoa procure um médico.

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É necessário se manter hidratado. (Foto: Marina Pacheco)
É necessário se manter hidratado. (Foto: Marina Pacheco)
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