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Faz Bem!

Dormir em cima do braço pode paralisar membro por até 2 meses

Já ouviu falar em Síndrome do Recém-casado ou Síndrome do Sábado à Noite? Médico explica

Por Natália Olliver | 01/04/2025 07:33

Quem nunca dormiu em cima de um braço e acordou desesperado com ele completamente mole? A sensação é de descontrole total do membro, como se ele não obedecesse aos comandos dados pelo cérebro. A dormência pode ser mais perigosa do que muitos acreditam e pode deixar braços, mãos e dedos "paralisados" por até 6 semanas. Por isso, os ortopedistas alertam: Não durma em cima do braço em hipótese alguma.

Era apenas mais uma noite comum de descanso para a jornalista de 36 anos, que preferiu não ter o nome divulgado. Durante o sono ela não sentiu que estava em uma posição desconfortável em cima do braço e permaneceu assim por algum tempo.

O cenário não era de assustar mas quando ela acordou a demora na resposta do braço começou a ser preocupante. Depois de alguns minutos o membro melhorou mas a mão não voltou ao normal e o medo apareceu.

“Achei que era só dormência normal, sacudi ele não estava respondendo. Mexi e a dormência passou, mas minha mão direita não funcionava. Tentava movimentar o punho não conseguia esticar os dedos. Passou algum tempo achei que iria melhorar, mas não melhorou”.

O jeito foi ir até o hospital. Na hora o medo era que fosse algo neurológico. Após exames, o ortopedista informou que a condição se chama Síndrome do Recém-casado ou Síndrome do Sábado à Noite. A explicação é simples.

Quando o casal dorme agarrado por muito tempo e um deles faz do braço do outro travesseiro, aquele que fez a ‘boa ação’ acorda com dor, formigamento ou até com o braço mole. Isso acontece porque a cabeça do parceiro comprime um nervo radial e impede a passagem sanguínea e de oxigênio.

Ou seja, a pressão prolongada nele pode de fato causar a paralisia do braço, mãos e dedos. A sensação pode passar em minutos ou durar dias. O problema também ganhou o nome de Síndrome do Sábado à Noite.

O motivo é devido ao sono profundo após as saidinhas de final de semana. Normalmente nessas ocasiões a pessoa chega em casa e se joga na cama sem pensar em como o corpo está. O natural é que mesmo dormindo ela sinta o desconforto e se coloque em outra posição. No caso da jornalista, isso não aconteceu.

“Eu não troquei a posição e fiquei não sei quanto tempo. Sei que acordei dormindo em cima do braço ele estava dormente. Eu fiquei impressionada, quando poderia imaginar que dormir em cima do braço, de mau jeito poderia causar uma situação de incapacidade física. Ela é temporária, mas a gente fica nervoso, parece que não vai passar. Eu preciso de ajuda para qualquer coisa, tive que vir pra casa da minha mãe, não posso dirigir, minha mão não tem força para segurar um copo . A gente fica meio desesperado de não saber quando vai voltar”.

O médico ortopedista e especialista em ombro, Rogério Padovani, explica que o nervo radial, causador do problema, passa na parte interna do braço e que o membro sofre o que a medicina chama de isquemia.

“Acontece um baixo fluxo de sangue na região e uma isquemia temporária do nervo, porque depois de um tempo ele regenera, mas durante a fase de um mês a dois meses a mão fica caída. Então, a pessoa fica com um deficit de extensão dos dedos e do punho. Por isso que se fala que é uma Síndrome do Sábado à Noite ou então do Recém-casado, porque acontece pela compressão da cabeça do parceiro ao ombro da pessoa”.

A única prevenção é evitar que o nervo seja comprimido, ou seja, prestar atenção em como o corpo está ao dormir e  impedir que o parceiro ou parceira deite a cabeça sobre o braço.

“Também pode acontecer se a pessoa dormir com o braço de mau jeito, então às vezes não tem uma parceira nem ninguém, mas ela dorme em cima do braço e esquece ali. Aí faz também essa compressão. Eu vejo acontecer esporadicamente, não é tão frequente, mas tem".

Para lidar com a síndrome o jeito é imobilizar o punho com uma órtese (tala que impede o movimento) e tomar remédio em caso de dor. Caso a sensação seja pior, o médico deve ser avisado.

“Estou bem chateada porque trabalho e dependo da mão, pra viver porque não consigo pentear o cabelo, escovar o dente. Sou destra e estou tendo que fazer tudo com a esquerda. Acaba que a  você descobre que a não tem muita habilidade com a mão que a usa menos”, completou a jornalista.

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