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Existe segredo para comer doce sem que ele vire um vilão na rotina

Nutricista ensina como se livrar da compulsividade e como fazer trocas inteligentes

Por Natália Olliver | 21/02/2025 07:26
Existe segredo para comer doce sem que ele vire um vilão na rotina
Doce não é vilão, o problema está no consumo excessivo e na dependência emocional (Foto: Marcos Maluf)

Quem nunca ouviu alguém dizer que não consegue parar de comer doces que atire a primeira pedra. Se isso nunca aconteceu, há grandes chances dessa pessoa ser você. Afinal, os brigadeiros, pedaços de bolo e sorvetes são o vilão da história? Para começar esse debate é preciso lembrar que a diferença entre o veneno e o remédio é a dose. Quem explica melhor sobre isso é a nutricionista Giovana Messias Silva.

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O consumo excessivo de doces não precisa ser visto como vilão, desde que seja feito de forma equilibrada, segundo explica a nutricionista Giovana Messias Silva. Embora o açúcar possa criar dependência por estimular a liberação de dopamina no cérebro, a especialista alerta que restringir ou eliminar completamente os doces da dieta não é a melhor solução, pois pode gerar mais compulsão. A recomendação é optar por alternativas mais saudáveis, como frutas frescas ou secas, doces caseiros com mel ou adoçante, e chocolates com alto teor de cacau. A nutricionista destaca que, diferentemente do que alguns afirmam, o açúcar não pode ser comparado a drogas como cocaína, embora atue de forma similar no cérebro. O segredo está em identificar gatilhos emocionais e criar uma relação mais consciente com o consumo de doces.

O vício em doces nada mais é que o hábito, exagerado ou não, de consumir açúcar. Mas, segundo a profissional, não é preciso colocar ele na posição de vilão. O doce em si não é ruim, até porque existem inúmeras opções para comer aquele docinho sem peso na consciência ou prejuízos ao organismo. O pulo do gato é consumir na medida certa.

“O problema está no consumo excessivo e na dependência emocional que ele pode gerar. O açúcar pode desencadear a liberação de dopamina no cérebro, criando uma sensação de prazer imediato, mas, quando consumido de forma descontrolada, pode causar picos de glicose seguidos de quedas rápidas, isso leva à compulsão por mais doce. O vício em doce é real, mas não é o açúcar em si que é o vilão”, explica.

Um dos motivos do vício é a sensação rápida de recompensa que ele causa no organismo. O açúcar além de aumentar a produção de neurotransmissores de prazer e bem estar, é uma fonte rápida de energia para o nosso corpo. "Por isso que nos momentos de falta de energia tendemos a buscar o açúcar para nos recarregar".

Existe segredo para comer doce sem que ele vire um vilão na rotina
Para vencer o vício sem abrir mão do prazer, a chave está em fazer escolhas inteligentes (Foto: Marcos Maluf)

Se você é da turma que quer eliminar de vez o açúcar da sua vida, a nutricionista alerta que restringir ou excluir de vez não é a melhor saída. O ato pode gerar ainda mais compulsão.

“Já vi e ouvi por aí muitas dicas malucas de como não comer doce, mas o que eu posso dizer, com toda certeza, é que restringir e eliminar não vai ser a solução.Ao contrário do que você possa imaginar, isso só aumentará a sua vontade, sua obsessão por doces e sua frustração".

Persistência gera hábito 

Então não é possível largar os doces? Claro que sim! Para vencer o vício sem abrir mão do prazer, a chave está em fazer escolhas inteligentes. Ou seja, é preciso escolher suas lutas. Uma boa opção são doces naturais, como frutas frescas ou secas ou os famosos doces caseiros adoçados com mel ou adoçante. Doces com baixo índice glicêmico, que são absorvidos de maneira mais lenta, ajudam a controlar os picos de glicose.

Giovanna acrescenta que se o doce escolhido são bolos, é melhor optar pelos feitos com massas integrais e chocolates meio amargo (acima de 70% de cacau). Outra opção são as sobremesas à base de frutas, que podem ser uma boa forma de satisfazer a vontade sem exagerar.

Controlar o psicológico 

Apesar de não ser necessário cortar os docinhos, diminuir é uma boa opção para quem quer se livrar do vício. O ideal é começar a tarefa devagar, estipular dias para o consumo e respeitar os próprios acordos.

Para não sofrer com a redução é preciso controlar o psicológico. Tentar desassociar os doces da tristeza, ansiedade ou estresse. Segundo a nutricionista, comer devagar também ajuda a evitar a compulsão e os exageros.

“É preciso identificar gatilhos emocionais, porque muitas vezes, o desejo por doces está ligado ao estresse ou ansiedade. Se permitir comer um doce de vez em quando, mas de forma consciente e controlada, criando um ritual que envolva prazer, mas sem exagero ajuda muito”.

Outra estratégia para quem quer diminuir o hábito é não estocar os doces em casa para não cair em tentação.

“O vício em doce pode ser superado com equilíbrio, escolhas conscientes e uma abordagem mais saudável. Com paciência e foco, é possível manter um prazer saudável sem abrir mão de uma alimentação equilibrada. Esse é o caminho para vencer o vício em doce”.

Existe segredo para comer doce sem que ele vire um vilão na rotina
Estipular dias da semana para consumir doces é uma estratégia para diminuir o vício (Foto: Marcos Maluf)

Vilão?

O vício em açúcar é um fenômeno com bases científicas. Alguns estudos apontam que o consumo de açúcar ativa os mesmos sistemas de recompensa no cérebro que drogas como nicotina e o álcool. Isso porque o açúcar estimula a liberação de dopamina, que como mencionado, é um neurotransmissor associado ao prazer e à motivação.

A nutricionista não acredita que seja o mesmo efeito. “Ele age de forma similar no que se refere à respostas cerebrais e no intestino também. Mas  afirmar que é um veneno, isso é demais. Não existe confirmação científica para essa afirmação. O açúcar não é nenhuma droga ou uma substância viciante como a cocaína, como muitos afirmam”.

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