Guavira pode ajudar em processo de cicatrização e reparação de tecidos
Estudos sobre as propriedades da fruta para a saúde foram realizados pela UFMS
A guavira é considerada o fruto símbolo de Mato Grosso do Sul e está ganhando destaque nos mercados regionais e internacionais. Além de ser uma fruta de sabor adocicado, seu potencial como medicamento é motivo de um dos projetos acadêmicos na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Além das propriedades nutritivas, estudos indicam o uso do hidrolisado proteico da guavira em processos de cicatrização. A guavira é uma fruta pra lá de conhecida no Estado e além de poder ser consumida ao natural, também é transformada em suco e sorvete. Além disso, é rica em vitamina C, cobre e zinco. O processo de frutificação da guavira acontece entre novembro e janeiro, tornando-a uma fruta sazonal e aproveitando essa época pesquisadores e professores realizaram o estudo.
A tese, intitulada "Atividade biológica do hidrolisado proteico de Campomanesia adamantium (Myrtaceae) em células endoteliais e fibroblastos", foi conduzida pela técnica de laboratório Verônica Assalin Zorgetto Pinheiro, da Famed (Faculdade de Medicina). As pesquisas feitas em 2019 e a defesa da tese ocorreram recentemente, com a participação de professores e pesquisadores da UFMS, Fiocruz e Universidade Estadual de Campinas.
“A ideia surgiu durante uma disciplina do PPG em que tínhamos que pesquisar artigos utilizando frutos e técnicas que estávamos familiarizados. Apresentei um artigo que estudava as atividades biológicas do hidrolisado proteico de quinoa em cultura de células e me dei conta, depois de pesquisar na literatura, de que não havia ainda estudos sobre o hidrolisado proteico de frutos nativos aqui de Mato Grosso do Sul”, explica a pesquisadora e doutora em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste, Verônica Assalin Zorgetto Pinheiro.
O estudo buscou compreender os efeitos biológicos do hidrolisado proteico de guavira em células endoteliais e fibroblastos, células envolvidas na cicatrização e peças de reposição de tecidos. O processo envolve a transformação dos frutos em farinha, concentrados proteicos e hidrolisados.
O hidrolisado proteico, que contém peptídeos benéficos, mostrou alta capacidade antioxidante e não apresentou toxicidade nas células utilizadas, estimulando sua toxicidade. Essa descoberta abre caminho para o desenvolvimento de produtos de saúde, como fármacos, pomadas ou suplementos, que podem acelerar a cicatrização e o reparo tecidual.
Verônica planeja publicar os resultados e solicitar uma patente para explorar o potencial dessa pesquisa. Ela destaca a importância da colaboração entre pesquisadores e laboratórios para o avanço na ciência e no desenvolvimento de novos produtos.
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