Paineiras da Ricardo Brandão podem curar feridas da criança que existe em você
Cara da estação e com poder de cura, florais vão te fazer enxergar as paineiras da cidade com outros olhos
A temporada das paineiras da Ricardo Brandão deixam o córrego que corta a avenida mais bonito e a cidade colorida. Nesta época, todo ano, tem gente que para e fotografa, sem nem saber que por trás do rosa das flores e do algodão a que se parecem as painas, existe um potencial de cura - através dos florais - para quem acredita no poder que as árvores despertam.
Farmacêutica e terapeuta floral, Ana Paula Zandavalli, explica que cada flor expressa uma qualidade que é oriunda de um campo de consciência da natureza e a da paineira é a de ajudar a gente a se reconectar com a nossa mãe internamente e assim, ressignificá-la.
"Nem todas as pessoas têm uma referência positiva de sua mãe. Algumas não podem cuidar, outras no início da gravidez rejeitaram e isso gera na criança o sentimento de abandono", exemplifica a terapeuta.
No procedimento de se fazer um floral, Ana Paula explica que a informação deste campo de consciência, em ressonância com nossos campos, desperta qualidades e virtudes. "A paineira vem trabalhar este sentimento de proteção, de nutrição afetiva para essa criança interna", completa Ana Paula.
Na descrição, a terapeuta parte do nome popular da paineira. "Barriguda, que nada mais é do que grávida, não? E quando jovem, o tronco é cheio de espinhos justamente para evocar proteção. Suas flores são rosas, que é a flor do chacra cardíaco, que simboliza o amor não carnal, mas o amor ágape, aquele incondicional da mãe", detalha.
Em resumo, a farmacêutica explica que através do floral, a paineira trabalha a reconexão da criança que existe na gente com a figura da mãe.
"Muitas vezes as pessoas se sentem desamparadas, a mudança que se percebe é de maior nutrição afetiva, isso facilita estabelecer novos vínculos afetivos e principalmente faz o adulto sentir-se amado".
E olhando a paineira? Paisagem que deixará a via tão bela pelos próximos dias, é possível detectar tal sentimento? A resposta depende da sensibilidade de cada um.
"As plantas têm historinhas que fazem parte do nosso inconsciente coletivo. Uma delas vem do Nordeste: 'Maria estava com o Menino Jesus e tinha que se esconder de guardas e uma paineira se abriu para acolhê-la'", conta Ana Paula.
De uso medicinal, a paineira não tem nenhum por conter um certo nível de toxicidade, mas esteticamente, é facilmente reproduzida no paisagismo pela beleza das flores que forram o chão. Abraçá-la requer cuidado, mas também fala muito sobre nós como seres humanos.
"Escolha as mais velhas, porque com o tempo, você não precisa mais ser reativo. Não precisa se proteger tanto. Aí que os espinhos vão sumindo. Muitas vezes a gente reage agressivamente, porque tem medo, porque não entende muito bem o que o outro está nos falando.
Com o tempo, a gente vai amadurecendo, começa a olhar para o outro, a entender os motivos do outro e geralmente, as pessoas ficam menos reativas, menos espinhosas".
As árvores têm mais qualidades além da beleza e na Ricardo Brandão é possível contemplá-las com efeito de cura.Curta o Lado B no Facebook.