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Para não morrer, Janaína mudou a rotina à mesa e ganhou um corpaço de brinde

Thailla Torres | 07/01/2017 07:15
Janaína mudou a rotina para sobreviver, mas ganhou saúde e um corpo em forma. (Foto: Fernanda Vianna)
Janaína mudou a rotina para sobreviver, mas ganhou saúde e um corpo em forma. (Foto: Fernanda Vianna)

Ela precisou tomar uma atitude quando o corpo não respondia nem mais aos medicamentos. Aos 35 anos, a jornalista Janaína Ivo mudou a rotina diante de um problema que a deixou entre a vida e a morte.

Janaína tem alergia a corantes e conservantes. Foi um tempo até descobrir que os alimentos que continham esses produtos lhe causavam reações tão severas. Depois de 1 ano e 2 meses, ela comemora a mudança, no controle da alergia e, de tabela, na forma física.

Ela diz que sempre se alimentou bem, até sofrer a primeira crise aos 32 anos. “Eu estava dentro de um restaurante, quando comecei a ter uma coceira. Na hora, o único médico que me atenderia era o meu ginecologista. Por telefone, eu pedi um antialérgico, mas ele não me receitou e pelo sintomas que eu relatei, me disse para ir imediatamente ao hospital, que eu precisava de ajuda”, lembra.

Na época, Janaína associou à alergia ao consumo de camarão. Mas as crises se tornaram ainda mais fortes. “É uma loucura. Procurei um alergista para saber o que estava acontecendo comigo, comecei a passar muito mal”.

Quando ingeria alimentos, uma das reações alérgicas era o fechamento da glote, que facilita a saída e a entrada de ar para os brônquios e pulmões. “Eu ficava muito mal. Era um desespero, mas tudo que eu precisava era ter calma”.

Para manter o corpo, Janaína pratica exercícios na hora do almoço. (Foto: Fernanda Vianna)
Para manter o corpo, Janaína pratica exercícios na hora do almoço. (Foto: Fernanda Vianna)

O diagnóstico da alergia, veio acompanhado com uso de medicamentos por recomendação médica. Janaína passou a tomar corticóide duas vezes ao dia. “Tomava de manhã e a tarde, quando entrava em crise. A medicação foi frequente até eu controlar isso. Com o tempo as comidas foram sendo testadas. Toda vez que coça, eu sei que estou com sorte. Mas quando vai direto para a glote, preciso ficar calma e esperar até 15 minutos o efeito da medicação”, explica.

Mas há 1 ano, foi que Janaína decidiu radicalizar. Entre a vida e a morte, ela reverteu o problema em benefício da saúde dela e de toda família. “Abri mão de conservantes e optei por uma alimentação saudável. Quando o medicamento passou a não responder, tomei uma atitude e entrei com um controle mais rigoroso. Hoje temperos são apenas limão, alho e cebolinha, por exemplo”, cita.

Janaína nunca esteve acima do peso, mas com o uso frequente dos medicamentos, ganhou inchaço. Viu o corpo ganhar outra forma e sabia que não houve uma redução, o ganho de peso seria inevitável. “Não foi fácil mudar, mas tudo é uma questão de perspectiva. Toda vez que eu olhava uma fotografia e dizia que eu era doente, sabia que estava sendo injusta comigo, porque tinha condições de tomar uma atitude. Então resolvi enxergar a vida saudável como alternativa”, explica.

Além de toda alimentação balanceada, exercício físico passou a ser rotina na vida de Janaína e da família. Para conciliar o trabalho, a rotina do lar e cuidado com os filhos, musculação é feita na hora do almoço. “Isso é para não ter desculpa. Mas como qualquer outra pessoa, precisava trabalhar. Então almoço mais cedo e a gente malha em família. Eu, meu esposo, minha mãe e minha filha. Com isso consegui tirar a medição e ter o controle alimentar”.

Mas como toda mudança de rotina, Janaína precisou ser mais detalhista e paciente para ter uma vida normal. A mudança de comportamento em lugares também se tornou inevitável. “Comida é uma coisa que atrai as pessoas e reúnem amigos. É cultural, mas eu tive que mudar até nisso. Vou a lugares para conversar e nem sempre para comer. Em restaurante, sempre converso com o chef de cozinha para saber como é preparado o prato. Mas com o tempo passei a entender minha necessidade e levei a alimentação saudável a sério”.

Para quem sente dificuldade, Janaína explica, que foi preciso determinação acima de tudo. “Comemoro em manter meu peso e colocar a comida de uma forma diferente na nossa vida. Mas cada um tem o seu gatilho na hora da mudança, no meu caso, não tive muita opção. Porque se eu não faço, preciso de medicamento e o risco de morte eu tenho, e isso eu não quero”, afirma.

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