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Para queimar 600 calorias em uma hora de treino, que tal encarar o Boulder?

Paredão de escalada dentro de academia prepara também quem quer praticar montanhismo

Paula Maciulevicius | 13/01/2017 08:59
Boulder, uma das modalidades do montanhismo que pode ser praticada em uma academia. (Foto: Alcides Neto)
Boulder, uma das modalidades do montanhismo que pode ser praticada em uma academia. (Foto: Alcides Neto)

Uma sala com paredes de escalada, chão forrado de colchonetes e o desafio de subi-las sem perder o equilíbrio. Dentro das inúmeras atividades que o montanhismo oferece, é possível praticar o exercício em uma academia, por exemplo. O Lado B foi conhecer a modalidade com o professor de Educação Física, Edson Paes da Silva, montanhista há 20 anos.

"Resumindo: tiraram a parte mais difícil que existia na escalada e colocaram em pequenos movimentos, mas onde você trabalha de forma muito intensa", explica. 

Campo-grandense, ele está de volta com à cidade depois de passar uma temporada de cinco anos no Rio de Janeiro, trabalhando como preparador físico de atletas de vôlei de praia. Quando a filha nasceu, a família decidiu desacelerar e voltar a viver aqui. Já com a proposta de trazer o Boulder para a Capital, ele encontrou espaço na antiga academia onde trabalhou e desde abril, a Zion Escalada foi montada.

Professor, Edson é montanhista há 20 anos. (Foto: Alcides Neto)
Professor, Edson é montanhista há 20 anos. (Foto: Alcides Neto)

O Boulder, num comparativo com outros esportes, é os 100 metros rasos do atletismo e se tornou esporte olímpico no ano passado. "Em Tóquio já vai ter escalada", reforça. Na academia, o exercício pode ser praticado por crianças desde os 4 anos até senhores de 60.

Um público bem eclético, mas que tem uma procura maior por adultos de até 35 anos. "São montanhistas que vem para se preparar fisicamente para escalar uma rocha ou quem não gosta de mato, mas vem para fazer como esporte físico", descreve Edson. 

No ranking de esportes mais completos, o professor frisa que o boulder está na quinta colocação. "As pessoas vem isso como atividade porque tem que trabalhar flexibilidade, equilíbrio, força, potência e resistência. Você gera uma série de possibilidades para todo um processo didático", detalha. 

Na prática, o paredão têm vias que são os caminhos indicados por uma fita colorida onde só se pode por a mão e os pés de acordo com a cor. Um exemplo: se vai no azul escuro, tem de observar onde está indicado e seguir até o final da via.

"Esses caminhos sempre finalizam na última garra e tem uma graduação de dificuldade. Aqui começa do quarto grau, depois vem o quarto superior, o quinto, sexto e no sétimo já subdivide em três até o nono como: nono a, nono b. Na graduação brasileira, o boulder vai até o 12º grau", ensina. 

As graduações vão criando dificuldades, como escorregar mais facilmente. Em algumas garras só é possível colocar a primeira falange. "Ela tenta simular o que se encontra na rocha. Na natureza, são inúmeras as possibilidades de pegadas de formas", compara. 

A estrutura é feita de um compensado de madeira, onde por trás de cada garra existe uma 'porca aranha'. "Ela gruda dentro da madeira por trás e todos esses furos são de uma porquinha onde é colocada a garra com parafuso. Elas são feitas de resina e areia", explica. 

Exercício pode ser feito por crianças, como Marieva que tem 7 anos. (Foto: Alcides Neto)
Exercício pode ser feito por crianças, como Marieva que tem 7 anos. (Foto: Alcides Neto)
Ou também como preparação para escalar rocha. Na foto, Anthony que treina para o brasileiro. (Foto: Alcides Neto)
Ou também como preparação para escalar rocha. Na foto, Anthony que treina para o brasileiro. (Foto: Alcides Neto)
Equipamentos necessários: sapatilha e saco de magnésio. (Foto: Alcides Neto)
Equipamentos necessários: sapatilha e saco de magnésio. (Foto: Alcides Neto)

Enquanto Edson explicava para a gente, a pequena Marieva entrou na sala. Aluna há sete meses, a menininha de 7 anos mostra habilidade, mesmo diante da timidez para com a câmera. "É mais ou menos difícil", descreve Marieva Rodrigues Gonçalves.

Ela nos conta que foi a mãe que falou da atividade e ela aceitou fazer. "É legal. Eu escalo, descanso, bebo água e depois brinco", resume. 

Os benefícios, segundo o professor, são inúmeros. "Para quem tem medo, é um início de dominar. Você começa a quebrar uma barreira e você tem um trabalho de flexibilidade, porque se tem que trabalhar amplitude de movimento. É um misto entre resistência e força, equilíbrio e coordenação motora", traduz Edson.

Estudante de Engenharia, Anthony Alcova, de 26 anos, começou o boulder há seis meses e já se prepara para o brasileiro. "Descobri pela internet e comecei a fazer com um amigo. Já fomos até para Piraputanga", conta.  

Como uma sala de musculação, os alunos chegam e já tem um treino específico, dentro do seu nível de dificuldade. "Todo dia eles têm uma tarefa e às vezes leva uma semana para conseguir ela. Está caindo, volta e começa de novo", frisa. 

Para um iniciante, uma hora de treino já é o suficiente. A perda de calorias é muito relativa à temperatura, sexo e graduação, mas pode chegar a queimar até 600 calorias em um treino. 

De equipamento é preciso roupa confortável para a prática de atividade, uma sapatilha específica e um saquinho de magnésio. "É o mesmo material que ginasta usa para a mão não suar", ressalta Edson. O saquinho fica como uma bolsa, na transversal para que quem está praticando, possa colocar as mãos - uma de cada - e voltar para as garras. 

O calçado é altamente aderente, feito a partir de pneu de Fórmula 1, para ter segurança na escalada mesmo diante de peças minúsculas. 

A Zion Escalada funciona dentro da Academia Penélope, na Rua Oceano Atlântico, 392, no Chácara Cachoeira. O preço dos treinos varia conforme o plano contratado, mas fica entre R$ 100 e R$ 160,00.

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Como uma sala de musculação, os alunos chegam e já tem um treino específico, dentro do seu nível de dificuldade. (Foto: Alcides Neto)
Como uma sala de musculação, os alunos chegam e já tem um treino específico, dentro do seu nível de dificuldade. (Foto: Alcides Neto)
No ranking de esportes mais completos, o boulder está na quinta colocação.  (Foto: Alcides Neto)
No ranking de esportes mais completos, o boulder está na quinta colocação. (Foto: Alcides Neto)
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