Um infarto, 42 quilos a menos e a luta de Cilene pela dignidade de um emprego
Depois de um ano escrevendo religiosamente às segundas-feiras para vocês, o #VaiGordinha precisa mudar, se reciclar. Sim, contei várias histórias minhas, histórias de pessoas que fazem parte da minha vida e a minha árdua luta para eliminar 86 quilos por meio de uma cirurgia bariátrica.
Já consegui 68 deles. Isso me enche de alegria, de felicidade e dividir com vocês faz parte disso. Mas como tudo precisa evoluir, nós também vamos no mesmo caminho. E a partir de agora, vamos trazer também outros exemplos de transformações de pessoas, não só pelo emagrecimento, mas pela superação.
E a escolhida de hoje não é novidade aqui. Alguém se lembra da Cilene? Em julho do ano passado, ela foi motivo de coluna aqui mesmo. Cilene precisava de ajuda para conseguir comprar o kit para fazer a cirurgia pelo SUS. E não é que ela conseguiu, olha só a história da Cilene.
“Sou artesã e trabalhava como auxiliar de sala de aula. Aos 26 anos, com dois filhos, comecei a engordar, isso me deixou muito mal. Eu nem sentia mais vontade de viver. Não era só por ser gorda, pela obesidade em si, mas por não conseguir sequer um emprego. Eu cheguei a emagrecer sozinha. Eu tinha um peso que era do grupo de risco, entrei na fila e saí, porque emagreci. Mas algo aconteceu. E eu engordei mais, cheguei a 131 quilos”, conta Cilene que aos 43 anos teve que superar a si mesma.
Por duas vezes, o sonho de Cilene ficou bem perto, mas foi adiado. “Perdi o emprego, não conseguia voltar para o mercado de trabalho e o peso só aumentando. Então em 2014 comecei a ir à luta, porque descobri que estava com artrose no joelho, pressão alta e glicose descontrolada. Voltei a fazer consulta e tinha conseguido uma cirurgia, que era minha esperança, mas ela foi cancelada duas vezes”.
Outros problemas fizeram ela testar ainda mais sua força, quando quase morreu. “Um dia, eu sofri muito, eu fui participar de uma seleção para um emprego de auxiliar de limpeza, porque eu já estava desesperada, e não conseguia emprego. Passei na seleção, mas ao chegar no exame médico, fui reprovada por causa da obesidade, foi muito doloroso para mim. Eu chorei muito! Foi quando tive um pico de pressão muito alta e enfartei, fiquei com uma veia inativa e minha irmã conseguiu uma consulta para mim. Como eu já estava com os exames prontos, minha cirurgia foi marcada. Inclusive por meio do #VaiGordinha e uma coluna, recebi muito apoio e minha cirurgia foi marcada dia 22 de julho do ano passado. Eu operei com 129 quilos e hoje, eu peso 87”, comemora.
Sobre as mudanças, Cilene sabe que sim, ela se superou e para tudo ficar melhor, só mesmo uma oportunidade no mercado de trabalho e ela mantém a fé.
“Foram mandados embora para nunca mais voltar 42 quilos. Usava 54 e hoje uso 44, minha saúde hoje é 99%, só me falta o emprego mesmo. Deus foi tão maravilhoso comigo, que não tive nenhuma complicação e estou ótima. E às vezes fico pensando isso, que Deus deve estar preparando algo muito bom para mim, porque não consegui nem o serviço de copeira, mas eu não perco a fé. E sim, eu considero uma superação. Estive de cara com a morte e tive uma nova chance, e vou viver isso”, garante.