Usando os 5 sentidos, meditação convida mulheres a olharem para si mesmas
Uma roda de mulheres que tiraram um tempo para si mesmas. No cair da noite desse sábado, o Lado B acompanhou uma meditação ativa, na qual os instrumentos usados para o exercício foram os nossos cinco sentidos. Num tempo em que se fala tanto sobre concentração e estar presente, meditar não exige uma postura de "monge" e é algo que pode ser feito até mesmo em meio ao expediente.
Conduzido pela psicóloga Tatiana Samper Lovato e a colorista de vida Cristina Gasparetto - profissão criada por Cris que define trazer alegria e cor à vida das pessoas como uma espécie de consultoria - a proposta era de ensinar as mulheres a conseguir se concentrar e tranquilizar a mente, trazendo assim autoconfiança e empoderamento.
"A pessoa no estado de maior concentração fica mais presente e capaz de fazer as coisas e assim, ela também vai se conhecendo e com isso ganhando mais confiança", explica Tatiana.
A abertura começa com a apresentação das duas e das demais participantes e com a exemplificação de como está a nossa mente num emaranhado de tudo ao mesmo tempo agora. Em uma bacia de água, Tatiana mexe com a colher.
"Em 2017 está acontecendo tanta coisa e a gente é uma colher que está no meio da tempestade daquilo que não se consegue acompanhar", exemplifica a psicóloga ao explicar que a mente, sem descanso, adoece.
O primeiro passo para a meditação é dado com os olhos fixos em objeto. No centro da sala, uma vela acesa vira foco e, em seguida, deve continuar a ser visualizada na mente, de olhos fechados. "Fixe o olhar, sinta a respiração e o coração. Este é um exercício que te coloca no lugar", orienta Cristina.
Caso a imagem da vela "suma" da mente, quem está praticando pode abrir os olhos e voltar a enxergá-la, para então mentalizar de novo.
E os sentidos são trabalhados seguindo a ordem: olfato, visão, audição, tato e paladar, dentro da técnica da atenção plena, estudada há 30 anos pela psicologia.
Os cinco sentidos foram os instrumentos escolhidos para fazer essa reconexão usando o corpo, porque são através deles que a gente sente o mundo. Considerado um sentido "passivo", o olfato puxa a fila com uma tarefa: pequenos saquinhos de ervas são passados de mãos em mãos, para que, uma vez sentidos, os participantes palpitem sobre o que está ali guardado.
"Tente nomear ou perceber a sensação que te provoca. O olfato é um sentido diferente, porque a gente sente e não se dá conta, só quando se concentra no sentido", alerta Cristina.
O mesmo vale para a audição, por exemplo, quando músicas são colocadas e uma conexão entre elas se faz presente - todas francesas, com a presença de piano e acordeon, - mas a gente não repara porque não se atenta aos detalhes. "Como tudo compôs uma coisa só, a gente só percebe uma", diferencia Tatiana.
As técnicas aplicadas trouxeram facilidade para se chegar na meditação. A visão colocou mulheres cara a cara e que até então, desconhecidas, discorreram sobre como imaginam ser a outra só pelo olhar.
"A gente pensa que meditar é algo muito difícil de fazer, quando, na verdade, é uma coisa que vamos reaprendendo. Nós nascemos meditando. Como um bebê é capaz, uma criança pequena é capaz de estar presente e a gente não? Existe um mito de que para meditar é preciso esvaziar a mente, mas não. Meditar é estar presente", ressalta Tatiana.
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