Casarão abre as portas para tour gastronômico e pratos assinados por chefs
Quando a arquitetura encontra a gastronomia, os ambientes mesclam beleza e sabor. No casarão da família Dibo, na Avenida Afonso Pena, a edição 2016 da Casa Cor MS tem design e culinária. A programação da mostra inclui um tour gastronômico, passando do Restaurante Casa Cor, à Varanda Gourmet e o Bar Balada.
No restaurante, desde essa terça-feira (30), a cozinha recebe o "Giro de Chefs", comandada por Marcílio Galeano, Dedê Cesco, Paulo Machado, Jean Charles Quesnelle, Gustavo Helney, Edu Rejala e Adriana Torres. A cada semana, um deles assina o cardápio especial e exclusivo, servido no espaço projetado pela arquiteta Sandra Madeira, de inspiração náutica, para que o cliente sinta-se na praia.
Quem estreia o Giro é o chef Marcílio, que já se despede da Capital para se aventurar em novos projetos nos Emirados Árabes. "O evento vai aproximar os chefs e o público dos chefs. É uma oportunidade legal de reunir também", observa Marcílio.
Para o cardápio, ele trouxe o apelo regional com pratos clássicos regados de histórias. "Começando com o caldo de piranha, que eu comia na casa da minha tia, era um barzinho super simples. Depois vem o tartare de carne de sol, com pimenta dedo de moça, uma moqueca com banana da terra e farofinha e o cupim, minha carne preferida, que cozinha por 4h com molho de vinho", enumera o chef. De sobremesa, o crème brûlée ganha um toque diferente, com mel de jateí.
Em outro espaço, na "Varanda Gourmet", os próximos dias serão de comidinhas de food trucks. O corredor virou a varanda das mangueiras pela referência nas cores, no conceito e também pelo food park Manga, que opera o ambiente de 83m²m, a arquiteta Arielle Nogueira, junto do engenheiro Marcos Kaian e dos designers de interiores, Oderito Freitas e Luciana Tenuta. O grupo trabalha o dito popular "deu pano pra manga".
Descontraído, o espaço combina madeira de demolição, móveis planejados, mudas de mangueiras e arte para deixar a área com cara de quintal. "É um lugar que vai dar pano pra manga, onde você come, descansa e até fazer a sesta", explica Oderito Freitas, um dos responsáveis pelo projeto.
O ambiente foi um dos premiados da mostra, com o título de projeto com melhor funcionalidade.
"Nós quisemos trazer um novo conceito, sair daquele tom pastel. Quisemos valorizar as artes, todos os quadros foram pintados para o ambiente. E como é pano pra manga, usamos a chita, que é um pano que se tem um pré-conceito, que acham que é brega, mas pode se transformar num chique", descreve o designe
O problema é passar vontade na hora de usar o espaço. A mesa principal, por exemplo, não foi liberada para o público, serve apenas para a mostra de decoração.
A cada semana, chefs do Manga Park Quintal Gastronômico entram com um cardápio especial. Até amanhã, ficam o "No Francês" e o "Santa Banana", para depois dar lugar à "Comitiva do Zé" e "Chocololo" e um rodízio que contempla ainda o "Hafidat", "Los Chicanos", "Fatto di Amore" e "Filhos da Gula" e as bikes "Cups and Hugs" e "Paleteros". De fixos, estão as bebidas com a Casa do Chef e o Henkks' Bar.
Os sanduíches no pão francês, especialidade da chef Simony Zarate, do "No Francês", estão com duas versões na Casa Cor, o carne louca e o pernil de porco. "Nós estamos operando quatro empresas ao mesmo tempo na Varanda Gourmet e está tudo rodando certinho", observa a sócia-proprietária, do No Francês, Silvia Bochnia.
Sócio-proprietário do Los Chicanos, Bruno Nucci, explica que a ideia era oferecer uma comida mais rápida e barata. "É diferente de sentar e tomar um vinho no restaurante. É uma comida com a mesma qualidade, que é a intenção do food truck, de oferecer comida rápida e mais barata", resume. O cardápio mexicano dos Los Chicanos entra na mostra no dia 21 de setembro.
No Bar Balada, projeto das arquitetas Jussara e Deborah Nazareth, a proposta é bem contemporânea. Operacionalizado pelo restaurante Imakay, de comida oriental e peruana, a carta de drinques foi preparada exclusivamente para a mostra.
O projeto no antigo estacionamento da casa quase não alterou a obra original. Teto, piso e estrutura são os mesmos, apenas o mobiliário foi inserido, com grandes sofás e mesas de madeira.
"Estamos com um ambiente um pouco mais descolado, nossa atrativo maior é o lounge. Então dentro dessa proposta bar balada, criamos uma carta específica com drinques defumados e inovadores no processo", explica o sócio-proprietário, Ricardo Merjan.
A culinária do restaurante veio numa versão reduzida, dando ênfase ao finger food e às porções mais rápidas.
A Casa Cor fica aberta até o dia 9 de outubro, de terça a domingo, das 16h às 22h, na Avenida Afonso Pena, 4025. Ingressos na bilheteria do evento. A entrada inteira custa R$ 40 e a meia, R$ 20,00.