Célia vendeu pamonha por 20 anos debaixo de árvore até ter seu império

Na BR-376, km 13, no caminho para Dourados e Fátima do Sul, a Pamonha 13 de Maio é daqueles pontos de parada obrigatório, principalmente para quem ama os quitutes à base de milho. Além do sabor, a história da família também cativa o freguês. O lugar é um negócio que começou de forma humilde e se transformou em um império graças à luta de dona Célia Mendes Torres, a mulher por trás da pamonha bem feita.

A história de Célia e seu marido começa na lavoura. "Quando nos casamos, não tínhamos nada. Trabalhamos muito até conseguir comprar um pedacinho de terra," conta ela. Infelizmente, contratempos fizeram com que perdessem tudo, inclusive o carro. Célia teve que trabalhar como empregada doméstica enquanto o marido se dedicava a cortar pequenos pedaços de roça.

A grande virada veio com uma ideia simples, em 2004, mas revolucionária para a família: fazer pamonhas. "Depois eu inventei de fazer pamonha," relembra Célia. Em 13 de maio de 2004, ela começou a vender pamonhas debaixo de uma árvore, às margens da estrada, ávore que ela mesma plantou.

José Carlos Mendes Torres, filho mais velho de Célia, fala com orgulho sobre a trajetória da família: "A mãe é guerreira. Ela faz conta no dedo, é boa de cabeça, lembra das coisas e sabe trabalhar com o povo. Construiu um império dela." Ele destaca que a família sempre trabalhou junta, desde o início difícil até o sucesso atual. "Toda a vida fomos criados na roça. O pai começou a tocar lavoura, faliu e ficamos sem nada. A mãe foi trabalhar de doméstica e decidiu fazer pamonha para vender."

A simplicidade e a dedicação de Célia e sua família são evidentes. Eles começaram com um fogão à lenha e foram aumentando as panelas, comprando equipamentos e expandindo o negócio. Hoje, plantam milho o ano todo e, quando necessário, compram em Campo Grande para garantir a produção. "Aqui é um corredor. No final da tarde é um fervo, de segunda a sábado," conta José Carlos sobre o movimento no local.

A Pamonha 13 de Maio se tornou um ponto de parada obrigatório para quem passa pela BR-376. A pamonha, descrita como indiscutivelmente deliciosa, é o carro-chefe, mas o lugar também oferece outras iguarias, como a sopa paraguaia cremosa e salgados bem recheados e crocantes, que fazem jus à parada na estrada.

Célia atribui seu sucesso à sabedoria divina. "Quando eu comecei a trabalhar sem saber fazer conta, só pedi a Deus sabedoria e ele me deu," comemora ela. Hoje, ela e sua família colhem os frutos de anos de trabalho duro, dedicação e uma fé inabalável.

A árvore em que ela plantou e iniciou o trabalho caiu no ano passado com o vento, mas o frutos seguem sendo colhidos na pamonharia, que hoje vive lotada.

Quem quiser o conhecer o lugar, fica na BR-376, km 13 (veja como chegar)

O lugar abre de segunda a sábado, das 8h às 18h30.

Colaborou a jornalista Suzana Serviam

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