Cláudio chegou como bancário, mas encontrou paz na vida de cozinheiro
Sem conseguir se imaginar no mundo dos bancos por muito tempo, ele se voltou às receitas da infância
Quando deixou Goiás para conhecer uma nova vida em Campo Grande como bancário, Cláudio Rocha não imaginava que em pouco tempo as coisas iriam mudar ainda mais. Sem conseguir pensar num futuro longo ao lado da burocracia, ele acabou se voltando para as receitas da infância e se apaixonando por sabores de Mato Grosso do Sul.
Vivendo apenas do ramo alimentício, Cláudio conta que as mudanças foram acontecendo progressivamente. Isso porque o gosto pela cozinha foi sendo transformado em profissão quando ele ainda trabalhava em banco.
“Eu já tinha começado a sentir que não daria para continuar no banco e, em casa, a gente sempre foi muito de cozinhar tudo. Desde o café da manhã até a janta, nosso costume não era sair para comer. O pão de queijo era algo muito frequente em casa, então comecei a fazer para meus clientes”, diz.
Na época, a receita que acompanhava Cláudio desde a infância em Goiás não era comercializada, mas fez parte de um teste. A ideia do empresário era verificar se a aprovação que existia em casa também faria sentido nas ruas de Campo Grande.
De acordo com o ex-bancário, a produção era em pequena escala e oferecida aos seus então clientes. “Como eu trabalhava em um setor comercial, precisava encontrar os clientes e durante as reuniões levava como se fosse um coquetel. Tomávamos o café deles e eu levava os pães de queijo”.
Cláudio explica que a aprovação foi geral e, a partir dali, entendeu que seu futuro poderia mesmo ser diferente. À princípio, as vendas eram só dos pães de queijo feitos em casa, de forma artesanal, até que ele decidiu mergulhar mais fundo e realmente sair do banco.
“Começamos a fazer sequilhos, que a gente sempre comeu muito em Goiás, e vi a oportunidade de aprender e fazer outras receitas aqui de Campo Grande. Pouco tempo depois decidi com um sócio que iria trabalhar com uma saltenharia”, detalha Cláudio.
Usando receitas de um boliviano para manter a tradição no alimento, ele relata que seguiu até o final de 2022 com a saltenharia, mas a vontade de usar outros produtos foi maior. “A sociedade deu certo, mas decidimos separar. Eu vendi minha parte e decidi que ia voltar para o pão de queijo e os outros produtos também”.
Foi assim que surgiu a “Casa Artesanal”, o espaço em que Cláudio realmente tem colocado em prática seus gostos trazidos de Goiás e unindo com os sabores comuns de Campo Grande.
Contando que as heranças de seu estado marcam uma alimentação não tão voltada para produtos industrializados, ele explica que tudo que é vendido em seu comércio é feito por ali. “Até por isso nós priorizamos, por exemplo, comprar o queijo direto do produtor, escolher os legumes mais saudáveis. Tudo isso para ter essa alimentação melhor e chegar ao ponto que a gente quer”.
E questionado se já se arrependeu de ter abandonado a vida dos bancos, ele confessa que chegou a “bambear”, mas viu que o futuro com os alimentos era mesmo melhor.
Localizado na Rua Chaadi Scaff, 404, no Itanhangá Park, o espaço de Cláudio abre de segunda a sexta-feira das 6h30min às 19h e aos sábados das 6h30min às 12h.
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