Cupcake pelas ruas é caminho para Wandelma chegar ao altar na cadeira de rodas
Bastaram três meses para Wandelma reconhecer Jhonatan como o amor de sua vida. Daqui um ano, eles querem subir ao altar e para isso, o futuro marido sai às ruas vendendo cupcakes. Ela ficou paraplégica aos 10 anos, depois de erro em uma medicação e ele nasceu com uma leve paralisia cerebral que o deixou com a mobilidade reduzida e dificuldade de locomoção.
O casal se conheceu quando Wandelma chegou de Limeira, cidade no interior de São Paulo, e procurou a ADD (Associação Driblando as Diferenças), para se encaixar em algum paraesporte e também se enturmar.
"Ele era voluntário lá, nos conhecemos e como se diz: rolou aquela energia", resume Wandelma Gomes de Vasconcelos, de 31 anos. Da primeira vista ao primeiro beijo junto do pedido de namoro passaram-se só quatro dias.
Wandelma é nascida e criada aqui. A cadeira de rodas virou parte dela ainda criança. "Foi uma deficiência adquirida aos 10 anos, acordei sem andar por um erro médico", conta. Adulta, foi estudar e viver no estado de São Paulo e voltou depois de sentir que em Campo Grande estava um novo começo.
Sem nunca ter praticado esporte, foi na Capital que ela procurou no que poderia se adaptar. A bocha foi a primeira tentativa, mas por ter muita força no braço, foi classificada para o arremesso de peso, mesmo esporte de Jhonatan e a forma como ele encontrou de chamar atenção dela.
"A simpatia dele, de querer instruir, ajudar e lógico, que a aparência, dizem que não conta, mas conta sim", brinca. Desde o primeiro dia eles já trocaram telefones o que facilitou o primeiro encontro, no Parque das Nações Indígenas.
"Ele foi muito romântico, não sei, é difícil de explicar, é a simplicidade dele, a gentileza"... Nas conversas seguintes, Jhonatan se propôs a ajudá-la a entregar currículos no mesmo shopping onde ele trabalhava. Até que uma ideia lhe veio à cabeça.
"Estávamos no Terminal Bandeirantes quando compramos um salgado dos ambulantes e eu já tinha comentado que fazia cupcakes, ele me disse que ajudaria, sairia vendendo para mim". Diante da oferta, Wandelma resolveu fazer a contraproposta, eles virariam sócios no negócio.
"Aí ficamos assim: ela fazendo e eu vendendo. Primeiro tentamos no terminal, aí me falaram que era melhor fazer nos bares à noite, que as pessoas comem de sobremesa", explica Jhonatan Bento Gamarra de Campos, de 24 anos.
Os sabores são: chocolate trufado e branco, cenoura, limão, maracujá, leite ninho e paçoca e os preços vão de R$ 4 a R$ 5. "A gente produz para o dia, ele sai vende e raramente volta com alguma coisa. Temos um ritmo bem intenso, no outro dia, eu faço a massa, ele o recheio e assim vai...", descreve Wandelma.
No Dia dos Namorados agora, eles já trocaram aliança de compromisso e comunicaram os pais sobre a intenção de se casarem daqui 12 meses. "Então todo esse nosso esforço é pensando em abrir uma empresa, a gente quer agilizar tudo para se casar ano que vem".
"Ela é tudo para mim, mudou a minha vida em tudo", resume ele.
O casal aceita encomendas pela página no Facebook Ateliê de Açúcar e também no telefone: 99287-3422.