De 8 filhos, Salomão foi único o que seguiu tradição da família na cozinha
Há cerca de três anos, ele resolveu se dedicar à culinária e abrir o próprio negócio
“Dos oito filhos, eu é que sempre me interessei pela culinária. Trabalhei em vários segmentos, mas eu me encontro mesmo é na cozinha”. Descendente de família libanesa, Jorge Elias Salomão, de 59 anos, aprendeu a recriar receitas árabes desde pequeno, mas foi há três anos que resolveu abraçar a herança cultural e abrir seu próprio negócio.
Filho de Same Assad Salomão e Nilda Tolomei Assad, Jorge adaptou uma casa na Rua 13 de Junho para se transformar em sua cozinha e conseguir sua renda. “Aqui é tudo simples, mas é feito com muito cuidado. Você precisa estudar e pesquisar, porque comida é algo muito sério”, defende.
Interrompendo a história, ele disse que como um bom descendente, também aprendeu sobre como receber bem os visitantes. Por isso, explicou que preparou comida variada, pediu para que nos sentássemos e que quando chegasse o momento da reportagem ir embora, o café seria servido.
Foi desse jeito, em volta da mesa, que ele contou mais sobre como os alimentos são memórias constantemente reativadas. Levando o sobrenome do pai, Salomão narrou que por ter oito irmãos, a cozinha de casa era sempre muito movimentada e foi assim que absorveu o conhecimento das comidas.
“Meu pai era um trator na cozinha, ele que fazia de tudo e as panelas eram enormes. Aprendeu com a tia, que era árabe e já tinha aprendido com a família que veio da Síria”, explica. Enquanto passava parte do tempo olhando o pai cozinhar, também ia anotando mentalmente os processos.
Para Salomão, mesmo que os alimentos tenham o mesmo nome, nenhum preparo é igual ao outro devido à dinâmica da tradição.
Nenhum prato árabe é igual ao outro, porque cada pessoa tem seu gosto, tem sua preferência. Existe uma particularidade e é por isso que me fascina, existe uma história por trás e você é que também faz, diz.
E entre as justificativas para gostar tanto de cozinhar, ele usa a importância da história de cada produto. “Além de eu ser descendente, eu pesquiso muito e leio as origens dos pratos. É uma coisa muito encantadora. Por exemplo, a coalhada existe há mais de oito mil anos”, diz.
Hoje, as receitas são preparadas apenas sob encomenda, tanto para pedidos individuais quanto para eventos em domicílio. De acordo com o cozinheiro, ele chegou a preparar os pratos para entrega, mas acabou perdendo o encanto, “eu mandava em moto e o prato chegava descaracterizado, tira a elegância dos pratos. Não combina”.
“Eu tenho experiências ótimas com os eventos, muitas vezes, recebo comentários de netos que tinham avós árabes dizendo que a comida fez com que eles lembrassem dos familiares. A comida traz isso, traz esse carinho, essa memória da tradição”, diz.
Para conhecer o cardápio de Salomão, que vai desde kibe até pastas e fatuche, é necessário entrar na página do Instagram @salomaocomidaarabe ou enviar uma mensagem pelo número (67) 99691-7373.
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