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Sabor

Entrega em canteiro de obras virou confeitaria dos sonhos para Ju

Estar na cozinha começou como solução para desemprego e evoluiu para profissão ideal

Aletheya Alves | 17/08/2023 07:30
Juliana durante aulas do curso de confeitaria. (Foto: Arquivo pessoal)
Juliana durante aulas do curso de confeitaria. (Foto: Arquivo pessoal)

Apaixonada pela cozinha desde criança, Juliana Luis Vilarins se viu sendo salva pelo gosto quando estava desempregada e decidiu fazer entregas em canteiros de obras. Com o tempo, percebeu que o carinho pelos alimentos não precisaria ser apenas uma boia salva vidas, mas o trabalho dos sonhos.

No início, tirar as receitas da cozinha era significado de que o cotidiano não estava sendo dos melhores. Isso porque Juliana passou a usar os dotes culinários como forma de renda quando o dinheiro estava apertado e nenhum emprego aparecia.

“Sempre me virei com minha mãe. A gente fazia lanches, brigadeiros e saía com o carro para vender em obras. Na época, nós estávamos desempregadas e aí você se vira. Fomos fazer isso”, conta Juliana.

Durante esse período, quem costumava ajudar nas entregas era sua filha mais velha e, tempos depois, a cozinha voltou a perder força. Tendo escolhido trabalhar em um consultório médico, o gosto foi suspendido e graças à chegada do filho mais novo é que as panelas retornaram à vida.

Juliana conta que durante a licença maternidade, resolveu voltar a produzir alguns itens e voltou a pensar na cozinha como uma solução. Mas, dessa vez, de uma forma mais definitiva.

Bolos personalizados são o principal foco de Juliana. (Foto: Arquivo pessoal)
Bolos personalizados são o principal foco de Juliana. (Foto: Arquivo pessoal)

“Fiquei pensando que quando meu filho nascesse, eu não ia querer voltar da licença e fiquei pensando sobre a cozinha. Decidi que iria tentar fazer um curso de confeitaria para ver no que dava e realmente me apaixonei ainda mais”, explica Juliana.

No período de adaptação e captação de clientes, ela narra que o jeito era seguir a mesma estratégia usada com os canteiros de obras. Diariamente, depois de criar os doces, ela e os dois filhos entravam no carro para bater nas portas de empresas.

Conforme a confeiteira explica, as produções iniciais eram principalmente de bolos de pote e pão de mel, receitas mais tranquilas para vender de porta em porta “Depois, comecei a receber pedidos de bolos confeitados e vi que daria para continuar nesse ramo mesmo”.

Como nada é fácil, no caminho, ela e o marido chegaram a tentar abrir um espaço físico, mas a pandemia impediu que o projeto conseguisse crescer. Mesmo assim, já tendo visto que o emprego dos sonhos seria vinculado ao gosto pela cozinha, Juliana decidiu persistir.

Doces ainda são produzidos por ela, mas em menor quantidade. (Foto: Arquivo pessoal)
Doces ainda são produzidos por ela, mas em menor quantidade. (Foto: Arquivo pessoal)

“A gente tentou manter o espaço com delivery, mas chegou um momento em que só as entregas estavam indo para frente. Não conseguimos manter as taxas e o que precisava pagar, então voltei só para minha cozinha”, detalha.

Olhando o retorno como um novo recomeço, a confeiteira conta que transformou o amor da vida em uma extensão para garantir que as expectativas das outras pessas sejam compensadas. “Eu sei que um bolo nunca é só isso. Amo o que faço, então quando alguém vem com um pedido sempre tento deixar o mais bem feito possível. A comida envolve memórias afetivas”, completa.

Para conhecer os trabalhos de Juliana, seu perfil no Instagram é @mimosdajucg.

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