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Sabor

Lanchonete lota no Nova Lima, mas salgado tem de custar R$ 1,00

Ângela Kempfer | 22/02/2013 07:47
Bruno vende cerca de 500 salgados por dia. (Fotos: João Garrigó)
Bruno vende cerca de 500 salgados por dia. (Fotos: João Garrigó)

Em 5 minutos, a bandeja de salgados fica vazia. É assim o dia todo na lanchonete que ainda não tem nome, no bairro Nova Lima. Bruno de Matos, o filho da proprietária, vai abastecendo a estufa e a clientela não para de pedir.

“Por R$ 1,00 dá para comprar o que hoje em dia?”, justifica o mecânico Carlos Ojeda. Ele passa pelo lugar praticamente todos os dias, conta. “Ninguém bate este lugar”, concorda em pé no balcão o estudante Emanuel Ortega.

Mesmo com chuva leve na tarde de quinta-feira, o entra e sai é grande na rua Jerônimo de Albuquerque. São 500 salgados por dia. O lugar, uma varanda adaptada ao comércio, foi alugado há um ano por Iraci Rojas. Ela faz os salgados e o filho atende a freguesia.

Ninguém paga antes de comer. Todo mundo vai consumindo e no final diz quanto deve. “Nunca deu problema, todo mundo paga direitinho”, garante Bruno.

Tem quibe, pastel, enroladinho, coxinha com massa de mandioca e, pela manhã, pão de queijo. Também há suco natural de laranja pelo mesmo preço o copo ou Tubaína no saquinho por R$ 1,50.

Os mais dispostos levam R$ 10,00 e gastam tudo. “Teve um dia que comi sete. Depende da animação. Gosto do enroladinho de presunto e queijo”, comenta Renato Teixeira.

Iraci, de 48 anos, fornecia salgados por R$ 0,90 aos bares da antiga rodoviária. Durante 20 anos foi assim, até o local ser desativado e o comércio enfraquecer na região.

“Foi bem ruim, fiquei meses pensando no que ia fazer, até tomar coragem e alugar aqui”, lembra. Quando abriu o negócio, o concorrente ao lado vendia salgados a R$ 2,00, mas teve de cortar o preço pela metade.

Para Iraci, coibrar R$ 1,00 não é nada do outro mundo. “Faço o salgado certinho. Com boa massa, recheio na medida. E cobro o preço justo, nem a mais, nem a menos”, justifica.

O plano agora é crescer. “Ainda vou abrir outros pontos aqui na região”, garante a proprietária, que atualmente emprega 3 pessoas.

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