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Sabor

Macarrão de comitiva é legado de quem faz prato há 17 anos na cidade

No restaurante, Helinho mostra culinária pantaneira com arroz carreteiro, feijão gordo, mandioca e muito mais

Jéssica Fernandes | 29/12/2022 07:13
No restaurante, Helinho prepara o macarrão pantaneiro. (Foto: Henrique Kawaminami)
No restaurante, Helinho prepara o macarrão pantaneiro. (Foto: Henrique Kawaminami)

Há 17 anos, Hélio Martins Lopes, de 62 anos, trouxe para Campo Grande um dos pratos mais expressivos da gastronomia pantaneira. O macarrão de comitiva é o carro-chefe do restaurante do homem que cozinha usando bota e chapéu de palha.

Ele começa a preparar o prato às 4h da manhã para dar conta de servir o público que chega a partir das 11h no restaurante Comitiva do Helinho. Enquanto toma tereré e espera o macarrão fritar, o proprietário diz orgulhoso que foi o primeiro na Capital a servir a refeição.

“Quem trouxe esse macarrão para Campo Grande fui eu há 17 anos. Eu sou o autor desse macarrão, fazia ele nas comitivas. Hoje tem bastante gente no mercado fazendo por aí, mas é fake, o original é meu”, afirma.

Proprietário garante que foi o primeiro a servir a refeição na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami)
Proprietário garante que foi o primeiro a servir a refeição na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami)

A receita de Helinho é simples, mas o segredo responsável pelo sabor único é o processo de preparo. Ele faz questão de elaborar o próprio sal e a linguiça de Maracaju, que é fatiada em pequenos pedaços para depois de frita ser misturada ao macarrão.

O macarrão pantaneiro não é caracterizado pelo excesso de ingredientes e Helinho explica o motivo. “É linguiça, alho, água e cebolinha depois de cortada você joga em cima. É porque a comida pantaneira, as comidas de comitiva você não usa cebola. O cara faz um almoço e se sobrou pra janta se tiver qualquer cebola, massa de tomate, qualquer coisa, azeda”, fala.

O prato, segundo Helinho, já foi experimentado por dezenas de turistas e levado para o Rio de Janeiro. “Esse macarrão eu já servi nas Olimpíadas no Rio de Janeiro. Eu fiz e eles Paulo Coelho Machado e Nelsinho levaram de avião. Na época eu fiz 50 quilos de macarrão e serviram no Mesa Brasil”, declara.

Espaço é composto por bancos de madeira personalizados. (Foto: Henrique Kawaminami)
Espaço é composto por bancos de madeira personalizados. (Foto: Henrique Kawaminami)

O começo do restaurante - Antes de ficar conhecido na cidade e ser chamado para cozinhar em eventos, ele revela o motivo de ter largado as comitivas e o começo no ramo de alimentação. “Era uma vida muito sofrida, sem futuro e eu precisava estudar meus filhos. Eu morava em Aquidauana e vim pra cá. Quando comecei em Campo Grande foi com espetinho”, relata.

No Bairro Vila Glória, o estabelecimento reflete a origem de quem durante 12 anos percorreu o Estado fazendo comitivas. O espaço aberto é composto por mesas, cadeiras e bancos de madeira personalizados com o nome da comitiva ‘A Queima do Alho’.

Nas paredes, os quadros de fotos mostram o passado em que Helinho vivia montando no cavalo conduzindo a boiada. Entre peões e na estrada, ele comenta que aprendeu cedo a cozinhar tudo que serve diariamente para os clientes.

Nas paredes do lugar fotos revelam passado de Helinho nas comitivas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Nas paredes do lugar fotos revelam passado de Helinho nas comitivas. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Eu não era cozinheiro, era dono de comitiva, mas toda vida gostei de cozinhar. Desde pequeno fui criado em fazenda já fazendo esse macarrão, aprendi com a vida. [...] Como fui criado em fazenda no Pantanal a minha gastronomia é pantaneira”, destaca.

A comida pantaneira de Helinho é preparada em grandes panelas de alumínio e no restaurante os clientes podem servir direto delas, seja para montar o prato feito, marmitex e self service. O macarrão de comitiva é feito diariamente no estabelecimento onde o proprietário também faz outros pratos.

O menu é variado, mas sempre com pratos típicos, como arroz carreteiro, feijão gordo, feijão tropeiro, batata doce caramelizada, mandioca, bife, costelinha, galinhada, porco frito e por aí vai. A salada tem o toque especial da filha de Helinho, Taina Elias Lopes.

Taina Elias Lopes trabalha com o pai no restaurante que tem 17 anos de atividade. (Foto: Henrique Kawaminami)
Taina Elias Lopes trabalha com o pai no restaurante que tem 17 anos de atividade. (Foto: Henrique Kawaminami)

Quem quiser conhecer o espaço e experimentar o macarrão pantaneiro, o restaurante Comitiva do Helinho está localizado na Rua Pedro Celestino, 354, Bairro Vila Glória. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 11h às 14h.

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