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Lado Rural

Senar calcula R$ 49,5 milhões de prejuízos pelo fogo em 120 fazendas do Pantanal

Números são do Programa SuperAção Pantanal que pretende visitar mais de 500 fazendas no bioma

Por José Roberto dos Santos | 11/11/2024 15:05
Propriedade no Pantanal de Aquidauana teve cercas, arames, pastos e vegetação nativa destruídos pelo fogo. (Foto: Arquivo/Senar-MS)
Propriedade no Pantanal de Aquidauana teve cercas, arames, pastos e vegetação nativa destruídos pelo fogo. (Foto: Arquivo/Senar-MS)

Com um total de 120 laudos finalizados, de 120 fazendas já atendidas no Pantanal, o Senar de Mato Grosso do Sul estima que o total de prejuízo causado pelos incêndios florestais no Pantanal de MS até agora chegam a R$ 49,5 milhões. O Senar já monitorou 531,7 mil hectares, estimando que 204,1 mil delas foram atingidas pelo fogo no bioma, o que corresponde a 38% das áreas totais.

RESUMO

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Os incêndios florestais no Pantanal de Mato Grosso do Sul causaram danos significativos, com um total de 120 laudos finalizados indicando prejuízos de R$ 49,5 milhões até agora. O Senar-MS e a Famasul estão colaborando no Programa “SuperAção Pantanal” para ajudar na recuperação das propriedades afetadas, onde mais de 500 foram atingidas entre junho e agosto de 2024. A devastação é alarmante, com algumas propriedades registrando até 100% de área queimada, resultando em perdas de pastos e vegetação nativa, embora não tenha havido registro de perda de animais. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil estima que os incêndios causaram um prejuízo total de R$ 1,4 bilhão para a agropecuária no estado.

Os números foram divulgados nesta segunda-feira (11) e fazem parte do Programa “SuperAção Pantanal”, iniciativa que envolve a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS) e o Senar-MS (Serviço Nacional de Aprendizam Rural) para apoiar e ajudar na recuperação dos produtores rurais que tiveram suas propriedades afetadas pelos incêndios no bioma. O objetivo é minimizar os impactos produtivos e oferecer alternativas que reduzam os prejuízos enfrentados pelos pantaneiros.

A Famasul é responsável pelo mapeamento e diagnóstico das propriedades, enquanto o Senar-MS fornecerá recomendações práticas de curto prazo aos produtores.

Foram identificadas que mais de 500 propriedades rurais de Mato Grosso do Sul, localizadas no Pantanal, foram atingidas entre junho e 10 de agosto de 2024. Cerca de 20 técnicos de campo estão empenhados em visitar as propriedades atingidas pelo fogo, propondo soluções de recuperação. Os trabalhos iniciaram no dia 16 de setembro e os profissionais atuarão até dezembro, informou a assessoria de comunicação da Famasul.

Devastação constatada

Uma semana após o lançamento do programa, a coluna Lado Rural conversou por telefone com o técnico do Senar-MS, Daniel Comiran Dallasta, que revelou um cenário desolador já nas primeiras visitas feitas pela equipe no Pantanal de Aquidauana, município localizado a 150 quilômetros de Campo Grande.

"Essa propriedade que estamos visitando teve 81% de sua área atingida pelo fogo, mas tem fazenda que registrou 100% de área queimada", relatou na época o técnico do Senar. Os prejuízos vão desde a destruição de cercas, com postes e arames queimados e com a perda de pastos e de vegetação nativa. Não houve registro de perda de animais, mas os rebanhos para fugir do fogo e em busca de comida e água foram parar a 30 ou 40 quilômetros de distância das propriedades de origem.

CNA aponta R$ 1,4 bilhão em prejuízos

A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) publicou no final de setembro deste ano um levantamento apontando que as perdas com incêndios causaram, de junho a agosto, um prejuízo para a agropecuária de Mato Grosso do Sul estimado de R$ 1,4 bilhão. Somente no Pantanal, a estimativa preliminar da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) é de que o fogo tenha atingido uma área superior a 1 milhão de hectares, entre 10 de junho e 10 de agosto, atingindo 520 propriedades.

Os valores estimados foram calculados utilizando as áreas queimadas de culturas agrícolas apontadas em levantamentos do Mapbiomas e, em áreas de pastagem, indicadas pelo Lapig/IESA/UFG (Laboratório de Sensoriamento remoto e Geoprocessamento) em sobreposição com as áreas queimadas indicadas pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais).

Não foram considerados prejuízos com perdas de benfeitorias, maquinários e investimentos que serão necessários para a recuperação e renovação das áreas afetadas, perda de produtividade pela intensidade do fogo na própria área ou em áreas adjacentes.

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