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Meio Ambiente

"Pré-piracema" protege espécies para que possam reproduzir "em paz"

Nesta quarta já começa a funcionar o defeso para os leitos dos Rios Paraná, Paranaíba e Aporé; Defeso é a lei que protege as espécies durante períodos de reprodução

Izabela Sanchez | 01/11/2017 17:11
PMA já começou a operação que protege os peixes antes e durante a reprodução (Divulgação/PMA)
PMA já começou a operação que protege os peixes antes e durante a reprodução (Divulgação/PMA)

É fácil de confundir, mas não é difícil entender. Um dos órgãos de Mato Grosso do Sul responsáveis por proteger as espécies nativas da fauna e da flora é a PMA (Polícia Militar Ambiental). Nesta quarta-feira (1), a corporação iniciou a Operação "finados" com objetivo de proteger os rios que incidem em Mato Grosso do Sul durante a 'pré-piracema' e a 'piracema', período que antecede a reprodução e período de reprodução, respectivamente. Mas afinal, em quais rios se pode pescar em Mato Grosso do Sul durante o feriado prolongado de finados?

Onde pode e onde já é proibido - Até o dia 5 de novembro, às 00h, a maioria das espécies ainda está no período de pré-piracema, ou seja: ainda não estão se reproduzindo. Mas não são todas. É por isso que desde esta quarta (1) está proibido pescar nos leitos dos rios Paraná, Paranaíba e Aporé, porque as bacias desses rios incidem em Mato Grosso do Sul.

Desde a terça-feira (31) as oito subunidades da PMA, responsáveis pela fiscalização nos rios Paraná, Aporé e Paranaíba, intensificam os trabalhos. Em Cassilândia, a 418 km de Campo Grande e Aparecida do Taboado, a 481 km, os militares desenvolvem fiscalização "com maior atenção aos rios Paranaíba e Aporé, mas também com responsabilidade aos trechos do rio Paraná".

Já as subunidades de Três Lagoas, a 338 km de Campo Grande, Bataguassu, a 355, Batayporã, a 311, Naviraí, a 366, Porto Primavera, do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, Naviraí e Mundo Novo, a 476,  "intensificarão a fiscalização no leito do rio Paraná".

E por que não pode pescar depois?

O Defeso em todos os rios de Mato Grosso do Sul começa às 00h do dia 5 por força de lei federal. A normativa é observada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e pelo Imasul, por exemplo. A proibição vai até o dia 28 de fevereiro de 2018: nesse tempo, a maioria das espécies começa a reprodução.

É nesse tempo, segundo o Tenente Queiroz, da PMA, que as operações são mais trabalhosas. "A partir daí nosso trabalho vai ser mais voltado para cuidar, monitorar os cardumes e cuidar dos pontos onde eles estão mais vulneráveis. Até o dia 4 você tem muita gente nos rios e várias atitudes ilegais, mesmo podendo pescar", comenta.

O espetáculo piracema - Durante o defeso só é permitida a pesca de subsistência exercida por pescador profissional artesanal ou morador ribeirinho e, ainda assim, para consumo: no máximo de três quilos diários ou um exemplar de qualquer peso. Conforme alerta o Imasul, deve-se respeitar os tamanhos mínimos de cada espécie.

A piracema é um fenômeno que ocorre com diversas espécies de peixes ao redor do mundo. A palavra vem do tupi e significa “subida do peixe”, já que todos os anos eles nadam rio acima para realizar a desova.

"Durante a piracema você tem menos gente nos rios porque de fato não pode pescar. E você não pode cochilar um minuto porque você tem grandes cardumes formados, por isso decreta o defeso. Porque a forma como a maioria dos peixes faz reprodução é juntar grandes cardumes e subir na cabeceira para desovar. Então em corredeiras, se não monitorar com calma, os caras pegam peixe com a mão", explica o Tenente.

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