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Meio Ambiente

Abacaxi e laranja lideram lista de frutas com mais resíduos de agrotóxicos

Estudo da Anvisa identicou que substâncias presentes tem potencial de causar danos agudos após consumo

Por Natália Olliver | 21/12/2024 14:49
Caixa de abacaxis em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Caixa de abacaxis em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

O abacaxi e a laranja estão no topo da lista de frutas que possuem maior quantidade de resíduos de agrotóxicos, segundo estudo do PARA (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos), da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As amostras coletadas apresentaram graus altos de toxicidade. Em 22 amostras delas foram identificadas substâncias com potencial de causar danos agudos, que podem aparecer depois de uma refeição ou dentro de um dia após a ingestão.

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Um estudo do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Anvisa revelou que o abacaxi e a laranja estão entre as frutas com maior quantidade de resíduos de agrotóxicos, apresentando altos níveis de toxicidade. Das 3.294 amostras de alimentos vegetais analisadas, 26,1% mostraram irregularidades, com 718 amostras contendo pesticidas não permitidos para certos cultivos. O carbofurano e o procloraz, substâncias proibidas, foram encontrados em várias amostras, levantando preocupações sobre os riscos à saúde, incluindo danos reprodutivos e anormalidades congênitas. No caso do abacaxi, 36 das 57 amostras analisadas continham resíduos acima do limite permitido.

Além delas, nesta edição do programa 14 alimentos, que representam 31% do consumo de vegetais pela população brasileira, foram estudados, sendo o alface, alho, arroz, batata-doce, beterraba, cenoura, chuchu, goiaba, manga, pimentão, tomate e uva.

Ao todo, das 3.294 amostras de alimentos de origem vegetal avaliadas, 26,1% apresentaram irregularidades, incluindo resíduos de agrotóxicos acima do limite seguro estabelecido pela Anvisa, 226. Também foi constatado o uso de pesticidas proibidos no país ou não autorizados para determinados cultivos, como o carbofurano, encontrado em 18 amostras, e o procloraz, presente em duas.

Em 2022, a substância carbofurano foi proibido pela Agência de vigilância sanitária por sua ligação com aborto espontâneo e anormalidades congênitas. Já o procloraz entrou pra lista dos pesticidas proibidos em 2016 por provocar distúrbios hormonais e danos ao aparelho reprodutor da mulher.

Segundo a Agência, a principal irregularidade encontrada foi o uso de pesticidas não permitidos para certos cultivos, presente em 718 amostras. No caso do o abacaxi, das 57 amostras analisadas, 36 continham resíduos acima do limite permitido e 18 apresentaram pesticidas que não poderiam ser usados nessa fruta, embora sejam permitidos para outras culturas.

Algo bom? - Os dados também mostram que 37% das amostras analisadas não continham qualquer resíduo de agrotóxico e 36,9% apresentaram resíduos dentro dos limites permitidos. A Anvisa, informou que a exposição aos resíduos em níveis que possam causar danos à saúde foi considerada baixa. “As situações de potencial risco agudo são pontuais e têm origem conhecida, e a Anvisa segue adotando medidas para mitigar esses riscos”.

Mato Grosso do Sul - No início de dezembro o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) aplicou mais de R$ 2 milhões em multas no Estado devido ao uso irregular de agrotóxicos. A ação fez parte da Operação Xapiri, e teve como foco o combate ao manejo inadequado de agrotóxicos.

Ao todo, 28 áreas foram fiscalizadas nas regiões sul e oeste, incluindo locais de plantio em terras indígenas e em seu entorno, nos municípios de Caarapó, Dourados, Itaporã e Juti.

Durante a operação, foram constatadas diversas infrações ambientais. Entre as principais irregularidades, destacou-se o uso inadequado de pulverização terrestre e aérea, o armazenamento incorreto de agrotóxicos e o descarte irregular de embalagens.

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