Agrotóxico que preocupa Almir Sater entrou em ação que “ouviu” águas do Pantanal
Expedição encontrou altos níveis de nitrato e fosfato nos rios Aquidauana, Miranda e Paraguai
“Recentemente, eu estive aqui na região de Miranda, na barra do Rio Miranda com o Aquidauana, e me falaram que os técnicos que analisavam as águas constataram presença de veneno. Se tem veneno na água, tem no peixe e se tem no peixe tem na gente”.
O alerta do músico Almir Sater, conhecido defensor do Pantanal, faz menção ao resultado do projeto da Expedição “Águas Que Falam”, iniciativa do Instituto SOS Pantanal. O levantamento constatou altos níveis de nitrato e fosfato nos rios Aquidauana, Miranda e Paraguai, cursos de água que chegam ao Pantanal.
“Altas concentrações de nitrato e fosfato em regiões rurais, regiões não tão urbanizadas, são fortes indicadores de agroquímicos e fertilizantes. Que estão sendo carregados do solo para a água, para os rios. Indicativo que tem alta concentração dessas substâncias na água”, diz o biólogo Gustavo Figueirôa, diretor de Comunicação e Engajamento do instituto.
De acordo com ele, a expedição traçou um primeiro retrato dessas águas. “Essa primeira fase serve para termos uma fotografia da situação, para então aprofundarmos as análises e entender melhor o que pode ser feito”, afirma o biólogo. A expedição foi patrocinada pela Fundação Toyota do Brasil. Já futuras etapas, com mais estudos e aprofundamentos, dependem de novos financiamentos.
Desta forma, não houve envio de relatório para órgãos de proteção ao meio ambiente. “É uma análise básica, precisamos primeiro entender o cenário antes de pensar em quais ações podem ser tomadas junto ao poder público”, salienta Gustavo.
O Pantanal é casa de mais de 3.500 espécies de plantas, 300 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 177 espécies de répteis, 600 espécies de pássaros e mais de 150 espécies de mamíferos. No território brasileiro, o bioma se espalha por Mato Grosso do Sul (65%) e Mato Grosso (35%).