Anta, macaco, capivara...Os bichos urbanos que chamaram atenção neste ano
Macaco, anta, capivara, pavão. A bicharada urbana aprontou, virou notícia e ganhou destaque no Campo Grande News em 2012. Foram flagrantes inusitados ao longo do ano que chamaram a atenção dos leitores do jornal. Algumas situações até ganharam repercussão nacional.
Em fevereiro, no dia 14, uma jiboia chamou atenção em frente à janela do gabinete da Governadoria, no Parque dos Poderes. O réptil não mostrou pressa ao engolir, pausadamente, uma pomba, enquanto uma galinha da angola passa calmamente à sua frente. A cena atraiu a atenção do governador André Puccinelli (PMDB), que ficou impressionado.
No mês seguinte, novamente no Parque dos Poderes, região da cidade rodeada por mata e que serve de habitat para varias espécies de animais, mais um flagrante foi feito. Desta vez, a atração foi um bando de quatis fuçando uma lixeira de uma das secretarias estaduais no dia 2.
Os bichos estavam fuçando o lixo em busca de comida. O material estava por cima da tampa do compartimento, colocada para impedir que animais da reserva do Parque Estadual do Prosa se alimentem de lixo.
Em maio, a traquinagem de um macaco-prego quase virou caso de Polícia. O primata, arteiro como uma criança, simplesmente afanava tudo o que via pela frente. Os moradores das casas invadidas, no Parque dos Poderes, ficaram “loucos” com as investidas do animal.
Da tigela da ração a água dos cachorros, de fios da TV a cabo à carne que a empregada deixa para descongelar, nada passa despercebido pelo macaco que acaba por levar tudo para o telhado. Até a mamadeira foi “sequestrada” pelo bichinho.
Além de larapio, o macaco ainda era safado. Do telhado, seu local predileto, o macaco não podia ver mulher que já se mostrar “ativo”, mesmo não se tratando de uma fêmea da mesma espécie.
A esperteza do bicho é tanta que quando não era percebido pelos moradores das casas, dava um jeito de chamar a atenção fazendo alguma traquinagem.
O Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) chegou a ceder uma armadilha para os moradores capturar o animal e soltá-lo em outra área. Mas quem diz do bichinho cair na emboscada.
Na ocasião, a orientação da PMA (Polícia Militar Ambiental) para os moradores não alimentar o primata, para que ele procure outro local para viver.
As dóceis capivaras, quase um símbolo de Campo Grande, encontradas principalmente na região do Lago do Amor e Parque das Nações Indígenas, foram destaque no Campo Grande News em duas situações: uma engraçada e outra trágica.
No dia primeiro de maio, quatro capivaras, entre elas um filhote, morreram depois de serem atropeladas na avenida Afonso Pena, em frente a cidade do Natal. O caso causou comoção.
Os animais foram encontrados mortos por uma pessoa que parou com o carro e sinalizou o local. Logo em seguida vários motoristas pararam, e um deles retirou os bichos do meio da avenida para não causar outros acidentes.
A cena foi fotografada. Um homem que flagrou a situação postou a foto no Facebook e a morte dos animais ganhou uma repercussão ainda maior.
Tirando o fato triste, o roedor voltou a virar notícia em novembro, no dia 8. Uma equipe do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) foi acionada para tirar uma capivara de dentro de um guarda-roupa de uma residência na aldeia urbana Marçal de Souza.
A moradora encontrou o animal quando foi pentear o cabelo e ouviu o barulho no guarda-roupa. O animal, de cerca de 50 quilos, foi capturado pela PMA (Polícia Militar Ambiental) e levado para o Cras.
Voltando a sequência cronológica de acontecimento do ano envolvendo a bicharada, o passeio de uma anta por uma propriedade na Chácara dos Poderes terminou em um sofrido banho de piscina no dia 27 de julho.
O animal de 200 quilos caiu na piscina e foi encontrado pelo caseiro se debatendo. O resgate mobilizou vizinhos, bombeiros e policiais militares ambientais.
Os bombeiros levaram cerca de 15 minutos para conseguir tirar o animal de dentro da água. Com o animal já fora da piscina, o desafio dos bombeiros e da PMA foi para controlar e tentar amarrar a anta, que gritava e se mexia muito.
Foram necessários quatro homens para imobilizá-la e então colocá-la na rede para levar até a carroceria da viatura da polícia. Segundo a PMA, o animal foi encaminhado para o Cras.
No mesmo mês, no interior do Estado, em Costa Rica, no período de uma semana, três filhotes de onça-parda foram resgatados em um canavial. Na época, a PMA suspeitou que a mãe possa ter abandonado os filhotes por causa do barulho e do tumulto provocado pelas máquinas da usina.
Os filhotes também foram encaminhados para o centro de reabilitação da Capital.
Por mais que as onças sejam animais em extinção, não foi esse caso o que mais ganhou repercussão. Em agosto, o instinto de proteção de ouriços-caixeiros fez vários cachorros vítimas no Estado.
No dia 20 de agosto, um cão da raça Pit Bull se deu mal ao atacar um ouriço em Coxim. O cão teve o focinha tomado pelos espinhos do ouriço. O veterinário que fez o atendimento levou horas para remover todos os espinhos. O caso foi tão inusitado que ganhou repercussão nacional, vários sites e TVs divulgaram o fato e ainda deram destaque.
O corajoso ouriço, personagem principal dessa história, acabou morrendo horas depois devido aos ferimentos provocados pelo cachorro.
Porém, depois da ampla divulgação do ocorrido em Coxim, outras situações como aquela vieram à tona. Também ocorreram casos em Campo Grande e Dourados. Nesses embates, os ouriços se deram bem.
O mês de agosto também foi marcado pela algazarra de duas araras azuis que se mudaram para o tronco de um terreno no bairro Colibri II. A rotina da família que vive no local chegou a ser mudada pela presença das aves.
Maria de Lourdes Gonçalves dos Santos, de 57 anos, passou a cuidar dos pássaros e vigiar para que eles não sejam machucados.
A presença de araras canindé, também conhecida como a “arara de barriga amarela”, é comum em Campo Grande. O Instituto Arara Azul – que realiza trabalho de monitoramento em busca de ninhos - estima que exista mais de 100 aves da espécie na Capital e pelo menos 40 Araras Vermelhas.
Para fechar o ano com toda a pompa e circunstância, um pavão, com toda sua bela plumagem e imponência, surpreendeu funcionários do cartório do 9° Ofício no dia 8 de novembro. A ave foi encontrada no início do expediente, no estacionamento interno da empresa, e por lá ficou durante toda a manhã daquele dia.
Aquela visita inusitada agradou os funcionários do cartório que chegaram comprar razão para alimentar a ave majestosa.
A PMA (Polícia Militar Ambiental) foi acionada, mas por se tratar de uma animal exótico, criado em cativeiro, a responsabilidade de destinação do pavão passa a ser do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres).