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Meio Ambiente

Apaixonado pelo Pantanal, Zezé Di Camargo é “influencer” do cota zero

Atração do Festival América do Sul, cantor se comunicou direto com o governador para defender projeto

Izabela Sanchez e Leonardo Rocha | 16/10/2019 12:03
Zezé Di Camargo no lançamento do Festival América do Sul nesta quarta-feira (16) (Foto: Marcos Maluf)
Zezé Di Camargo no lançamento do Festival América do Sul nesta quarta-feira (16) (Foto: Marcos Maluf)

Atração de abertura do Festival América do Sul, que ocorre em novembro em Corumbá, a 419 km de Campo Grande, o cantor Zezé Di Camargo revelou, durante cerimônia de lançamento do festival nesta quarta-feira (16), ser “influencer” do projeto de lei estadual estabelecendo cota zero para a pesca amadora em Mato Grosso do Sul a partir de 2020.

Junto com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em cerimônia realizada no buffet yotedy, o cantor disse ser “apaixonado pelo Pantanal”. Declarou, inclusive, “trocar praias paradisíacas e destinos europeus” pelo bioma que banha Mato Grosso do Sul. “Sou um dos divulgadores das riquezas do pantanal”, comentou.

Ao receber propostas para trocar o destino - que diz frequentar para a pesca todos os anos -, afirmou responder aos amigos: “vocês já conhecem o Pantanal?”. Zezé, que já conhecia o prefeito de Corumbá Marcelo Aguilar Iunes (PSDB), pediu que ele intermediasse diálogo com Azambuja. O intuito era defender o sistema pesque e solte.

O cantor mandou mensagem, disse, pelo aplicativo Whatsapp, direto ao governador e então os dois começaram a conversar sobre o projeto. Zezé disse ter preocupação com a quantidade de peixes e afirma que muitos pescam sem cuidado com as especificidades e disponibilidade de cada espécie. Garantiu, também, nunca levar peixe para casa depois da pescaria.

O governador afirma que Zezé “deu forças ao cota zero”. “É justamente isso que eu quero, que mais pessoas venham para a pesca esportiva, Zezé é apoiador do programa”, disse. Reinaldo ainda destacou que, com o tempo de vigência, o cota zero vai fazer com que aumente o número de peixes no Pantanal.

“Vai atrair mais turistas, muitos vão em locais que tem muito peixe, essa prática do pesque e solte é um fenômeno”, disse, citando locais, a exemplo da Argentina, onde o sistema já é prática comum.

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ao lado do cantor Zezé Di Camargo (Foto: Marcos Maluf)
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ao lado do cantor Zezé Di Camargo (Foto: Marcos Maluf)

Cota zero - Depois de muita discussão, que ainda perdura, o governador de Mato Grosso do Sul publicou decreto que regulamenta a atividade pesqueira no Estado e abre caminho para a instituição da cota zero a partir de 2020. O documento foi publicado em fevereiro. A nova regra tem entre suas principais alterações o aumento do número de espécies de peixes com tamanho mínimo autorizado para retirada dos rios, de 9 para 21.

O texto também tem entre as novidades a fixação de tamanho máximo para quatro espécies consideradas ameaçadas e reitera que, a partir do ano que vem, a pesca amadora e desportiva só poderá ser praticada nos rios do Estado no sistema pesque e solte.

A princípio, o governo estadual estudava aplicar a cota zero – proibição da retirada de peixes dos rios por pescadores amadores e desportistas – neste ano. Porém, após reuniões com pescadores e representantes do trade turístico, que apontaram já haver uma programação de pacotes fechados para este ano, optou-se pelo adiamento da medida. Ainda assim, decidiu-se reduzir pela metade a cota de pescado que poderá ser retirada dos rios do Estado.

Pelo decreto, cada pescador amador ou desportista poderá levar até cinco quilos de pescado, um exemplar de qualquer espécie e cinco exemplares de piranha (das espécies Pygocentrus nattereri e/ou Serrasalmus marginatus).

No caso acima, porém, os peixes devem respeitar os tamanhos mínimos e, quando existentes, máximos para cada espécie. Nesse sentido, o decreto também trouxe mudanças na comparação com regras anteriores.

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