ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEGUNDA  04    CAMPO GRANDE 30º

Meio Ambiente

Aquário do Pantanal já tem 600 peixes e restante deve chegar até dia 15

Luciana Brazil e Paulo Fernandes | 25/11/2014 11:29
As 600 unidades que estão na PMA seguem em quarentena. (Foto: Marcelo Calazans)
As 600 unidades que estão na PMA seguem em quarentena. (Foto: Marcelo Calazans)

Dos 12,5 mil peixes, de 135 espécies, que serão apreciados no Aquário do Pantanal, em Campo Grande, 600 unidades, de 25 linhagens, foram apresentadas na manhã de hoje (25) pelo Governo do Estado. Os peixes chegaram à PMA (Polícia Militar Ambiental) na semana passada e estão distribuídos em 40 caixas de 3 mil litros de água cada uma.

O governo informou que espera receber todos os peixes até o dia 15 de dezembro. Na próxima quinta-feira (27), começa a coleta do segundo lote que deve chegar até segunda-feira (1). A partir dessa data, os lotes serão diários.

Os peixes seguem em quarentena, que apesar do nome, dura apenas 15 dias no caso destes nadadores. Com o fim deste prazo, os animais estarão prontos para serem transferidos ao aquário, mas o manejo dependerá da conclusão das obras no local. A quarentena segue protocolos mundiais.

De acordo com o biólogo e professor da Universidade Anhanguera Uniderp, José Sabino, para garantir a saúde dos peixes, as caixas ficam em constante análise, onde se controla o PH (qualidade) e oxigênio da água.

Os peixes estão distribuídos em 40 caixas de 3 mil litros cada uma. (Foto: Marcelo Calazans)
Os peixes estão distribuídos em 40 caixas de 3 mil litros cada uma. (Foto: Marcelo Calazans)
Sabino e Geraldo falam sobre a importância do projeto para o Estado. (Foto: Marcelo Calazans)
Sabino e Geraldo falam sobre a importância do projeto para o Estado. (Foto: Marcelo Calazans)

Das 600 unidades entregues, os peixes de grande porte estão sendo monitorados com chips, do tamanho de um grão de arroz, segundo o pesquisador Sabino. “As espécies pequenas não serão chipadas”, disse.

Entre os animais que já estão na Capital, o pintado albino, espécie rara, se destaca. Conforme o biólogo, a chance de nascer um albino é mínima, de uma a três em cada 3 milhões de ovas. Por sua cor, o pintado albino é facilmente visto na natureza, o que facilita sua captura pelos predadores. “Na natureza ele não sobrevive”, disse Sabino.

Os peixes que vão compor o Aquário do Pantanal são oriundos de captura, doação ou foram adquiridos pelo Governo do Estado. Além das espécies do Pantanal, unidades de outras regiões do país, como pirarucu e arraias, inclusive classes emblemáticas da Bacia Amazônica, vão colorir o aquário.

Sabino reafirmou a importância da obra para Mato Grosso do Sul, como o maior aquário de água doce do mundo. Ele aproveitou para defender o investimento e comparou a obra do Estado com a Arena Pantanal, construída em Cuiabá (MT) para a Copa do Mundo.

“Apesar do custo de R$ 150 milhões (aquário), a Arena Pantanal custou cinco vezes mais. Este será um aquário de categoria mundial e no mundo inteiro apenas 50 aquários estão catalogados desta forma”, disse ele. “Em número de espécie e quantidade de água não há nenhum de água doce que chegue perto deste”, completou.

O diretor da Anambi, empresa responsável por coordenar a coleta, o transporte e a quarentena dos peixes, Geraldo Augusto, afirmou que o projeto é único no país e no mundo, o que trouxe novos desafios para o Estado.

O biólogo ainda pontuou que o aquário será “uma janela de sensibilização”, conscientizando e informando sobre importância dos rios. Segundo ele, no Pantanal são 300 espécies de peixes, no entanto, apenas 20 são conhecidas. “O público não conhece e isso será ótimo para conscientizar e sensibilizar a população sobre os rios”.

Além disso, com a instalação de laboratórios, o projeto vai oferecer a possibilidade de pesquisa e estudo. Há mais de 20 anos trabalhando com peixes, o biólogo explica que será possível estudar novas drogas a partir da ictiofauna. Ele ainda citou como exemplo, pesquisas sobre o veneno liberado pelo ferrão da arraia e o impacto dos agrotóxicos nos peixes.

Nos siga no Google Notícias