Capital é 11ª no Brasil que mais "vai ferver" nas próximas décadas, diz estudo
Pesquisa realizada pela CarbonPlan e The Washington Post revela que Campo Grande terá 39 dias de calor extremo
O calor veio e parece que é pra ficar. Com termômetros nas alturas, o clima chama atenção de cientistas e pesquisadores ligados ao meio ambiente, como também da sociedade em geral. De acordo com o estudo, desenvolvido pela organização sem fins lucrativos CarbonPlan e o jornal norte-americano The Washington Post, Campo Grande está na lista de capitais que mais "vão ferver" até 2050 no país.
Serão 39 dias de calor extremo, ou seja, acima da média diária de 32°C ou mais, definida pela pesquisa como de risco à saúde humana. Segundo cientistas, mesmo adultos saudáveis que praticam atividades ao ar livre por mais de 15 minutos por hora podem sofrer estresse térmico. O cenário também poderá provocar mortes por hipertermia, aumento da temperatura corporal, para mais de 40ºC.
Pesquisadores afirmam que o planeta viverá uma epidemia de calor extremo nos próximos anos e que a temperatura será ainda maior em países menos desenvolvidos, que já apresentam maior elevação climática.
Mortes - Ainda sobre riscos à saúde, a médica cardiologista e professora do curso de Medicina da Uniderp Campo Grande, Lacy Coelho Barbosa Neta, explica por que ocorre a morte devido ao calor. Segundo ela, quando a temperatura do corpo aumenta mais rápido do que a capacidade de resfriá-lo, os órgãos vitais podem sofrer danos, levando o indivíduo à morte.
“Heat Stress, Estresse Térmico ou Estresse por Calor é uma condição médica real e muito séria. Esse aumento de temperatura é conhecido como hipertermia e pode ocorrer quando o corpo humano não consegue dissipar o calor de forma eficaz, causando o aumento perigoso da temperatura corporal e prejudicando o funcionamento normal dos órgãos”, esclarece.
A exposição prolongada a altas temperaturas, especialmente junto à alta umidade, pode desencadear exaustão por calor, insolação, cãibras, edemas, taquicardia e respiração acelerada.
A médica alerta que o estresse por calor é considerado uma emergência médica e a busca por assistência deve ser imediata. Os sintomas mais comuns são náuseas, vômitos, confusão mental e aumento da temperatura da pele.
Para tentar minimizar os sintomas até que aconteça atendimento é preciso remover rapidamente peças de roupas, tomar um banho frio ou aplicar compressas de gelo ou pano úmido na cabeça, pescoço e axilas.
Mato Grosso do Sul - O susto com a alta temperatura nos próximos dias pegou de surpresa grande parte da população brasileira e os sul-mato-grossenses. Isso porque o Estado está entre os mais afetados pela onda de calor extremo.
Segundo o alerta da MetSul, os termômetros marcarão 40ºC ou mais na maioria das cidades. Na região do Pantanal e proximidades, as temperaturas podem ser ainda mais extremas.
Brasil - De acordo com a pesquisa, até 2050, mais de 5 bilhões de pessoas, provavelmente mais de metade da população do planeta, estarão expostas a, pelo menos, um mês de calor extremo, que ameaça a saúde em caso de exposição ao sol.
A cidade brasileira em destaque é Belém, no Estado do Pará, localizado na região Norte do país, os termômetros poderão passar dos 32ºC durante 222 dias, um salto equivalente a seis meses em relação aos dados dos anos 2000.
Veja quais capitais aparecem no estudo internacional e terão dias acima da média diária de 32ºC ou mais:
- Manaus: 258 dias
- Belém: 222
- Porto Velho: 218
- Rio Branco: 212
- Boa Vista: 190
- Macapá: 185
- Cuiabá: 168
- Palmas: 158
- Teresina: 155
- São Luís: 83
- Campo Grande: 39
- Rio de Janeiro: 22
- Porto Alegre: 8
- Florianópolis: 7
- Goiânia: 6
- Aracaju: 3
- João Pessoa: 3
- Natal: 3
- Salvador: 2
- Belo Horizonte: 1
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