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Meio Ambiente

Chuva foi mínima no Pantanal e esperança está nas próximas semanas

Umidade melhorou ontem em Corumbá, mas hoje temperatura foi a mais alta do Estado e umidade ficou em 15%

Lucia Morel | 08/10/2020 17:18
Combate é sofrido e chuva intensa é única esperança. (Foto: Corpo de Bombeiros)
Combate é sofrido e chuva intensa é única esperança. (Foto: Corpo de Bombeiros)

Com mudanças no clima que garantem maior umidade do ar e mais precipitações, o combate ao fogo no Pantanal pode se tornar menos penoso nas próximas semanas. Não há ainda, no entanto, chances ou previsão de que os incêndios sejam de fato extintos.

Ontem, a localidade não foi agraciada com volume de chuva necessário para cessar o fogo. Foram apenas 0,6 milímetros em Corumbá, segundo dados do Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul) e umidade que chegou a 39%. No entanto, já ajuda.

Hoje, entretanto, a umidade retornou a nível crítico de apenas 15% e o município registrou a maior temperatura do dia de Mato Grosso do Sul - 42,5 graus - com sensação térmica de 50 graus.

A meteorologista Franciane Rodrigues, do Cemtec, afirma que os modelos preveem chuva de até 20 milímetros na cidade na semana entre os dias 8 e 16 de outubro. Caso isso ocorra, ainda não será suficiente para extinguir o fogo, mas já ajudará os combatentes a terem mais êxito nos trabalhos.

Já entre 16 e 24 deste mês é possível esperar um respiro para o bioma, que só em MS já teve 1,8 milhão de hectares destruídos. Naquela semana são esperados até 30 milímetros para maior parte do Estado.

Ainda assim, o alerta ainda é constante, já que não há garantias que as chuvas que virão, serão capazes de eliminar os focos. Em transmissão ao vivo na tarde de hoje, o coronel Waldemir Moreira Júnior, do Corpo de Bombeiros, disse que “as chuvas melhoram a qualidade do ar, mas não são suficientes para acabar com as queimadas”.

Na mesma live, o comandante do 6º Distrito Naval em Corumbá, Sérgio Gago Guida, informou que em sobrevoo pelo Pantanal, é possível perceber a olho nu a redução de focos, decorrente do combate humano que está sendo feito - com combatentes por terra e aeronaves que lançam água -, mas sem vias de serem efetivamente eliminados, o que só poderá ocorrer após chuva intensa.



Segundo o que Franciane falou, também na transmissão, as chuvas recentes, apesar de curtas e de poucos milímetros, já mostram capacidade de quebra do bloqueio atmosférico que impõe baixa umidade e altas temperaturas para todo Mato Grosso do Sul.

A meteorologista disse ainda que as próprias queimadas podem dificultar a formação de nuvens de chuva em Corumbá. “A fumaça emitida pelas queimadas e incêndios florestais interferem no regime de chuvas com a sua redução, além de termos condições de La Niña que contribui para essa redução também aqui no MS”, afirmou.

Ela também cita que até mesmo as altas temperaturas e baixa umidade registradas este ano no Estado podem ter relação com a fumaça dos incêndios. 7

“Esse ano, pelos recordes de temperatura quanto de umidade baixa, podem estar fortemente associados com a fumaça emitida. As partículas presentes na fumaça possuem componente de carbono em sua composição, que por sua vez, é altamente absorvedor de radiação solar e resultando no aumento de temperatura.”

Incêndio histórico - o Pantanal já perdeu 21,8% de sua área para o fogo este ano, algo que nunca havia sido registrado. São 3.977 milhões de hectares, sendo 1.817 milhão em Mato Grosso do Sul e 2.160 milhões em Mato Grosso.

O número de focos de incêndio também bateu recordes este ano, e chega a 19.541 apenas este ano, com 1.282 deles ativos. A marca é a maior desde 1998 e supera os 12.536 registrados em 2005, que era o maior número até então.

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