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Meio Ambiente

Estudo liderado por mulheres quer identificar biomassas disponíveis em MS

A pesquisa recebeu auxílio financeiro como parte da ação “Mulheres na Ciência Sul-Mato-Grossense"

Jackeline Oliveira | 14/07/2023 08:50
A professora Tarsila de Oliveira é uma das pesquisadoras do projeto (Foto: Divulgação)
A professora Tarsila de Oliveira é uma das pesquisadoras do projeto (Foto: Divulgação)

Com foco na economia verde, visando o desenvolvimento de novas tecnologias de maneira sustentável, o Governo do Estado investiu em pesquisa e ciência beneficiando o meio ambiente e com impacto direto na geração de emprego e renda para a população de Mato Grosso do Sul.

O auxílio financeiro foi concedido através da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) e faz parte da ação “Mulheres na Ciência Sul-Mato-Grossense”.

Conduzido pelas professoras da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), em Naviraí, Daniela Cristina Manfroi – doutora em Química – e Tarsila Marília de Oliveira – doutora em Física, além da geração de energia, o estudo vai identificar quais são as diferentes biomassas disponíveis no Estado e os possíveis usos.

Para a professora Daniela Manfroi, a execução do projeto “Reaproveitamento de resíduos agroindustriais como alternativa sintética de biotemplate através da síntese e caracterização de compósitos titanatos/óxido de grafeno” já obteve resultados relevantes, inclusive com uso para retirar impurezas da água.

“O tratamento de água é uma das possibilidades de uso. Constatamos que pode ser usado na remoção de corantes da água. Todos os materiais sintetizados possuem formas de membranas, são semicondutores e podem atuar na remoção de moléculas orgânicas da água. Iniciamos o trabalho com a biomassa há dois anos, até então a gente só usava reagentes químicos adquiridos. Percebemos que a biomassa funciona muito bem para limpar a água”, afirmou a professora Daniela Manfroi.

O estudo da biomassa e como as nanopartículas interagem também são objetos da pesquisa. “Quando a gente faz pesquisa, temos como objetivo compreender o fenômeno. Neste caso, além de usar a biomassa, buscamos a fundo a compreensão das propriedades eletrônicas do material. Dentro da tecnologia, é uma grande chave, queremos compreender como usar a nosso favor, se o material tem energia, onde podemos captar. E a partir do estudo teórico, traçar outras características de uso que não pensávamos que era possível”, disse Tarsila de Oliveira.

Através do investimento do governo, as pesquisadoras que coordenam as ações vão conseguir adquirir equipamentos e reagentes. Segundo elas, a intenção das pesquisas é garantir um material confiável para ser usado em larga escala na indústria.

“A relação entre as propriedades, atividades e a estrutura química serão investigadas profundamente através o uso de técnicas de caracterização estrutural e simulação computacional. Com isso, no futuro, as indústrias podem ter mais previsibilidade na concepção de um material que elas precisem usar”, concluiu Daniela.

Mato Grosso do Sul registrou em junho 3.739,67 MWh de potência instalada em operação total, entre geração centralizada e distribuída. Em termos de empreendimentos, são 78.759 usinas em ligação. Deste total, 84,58% da potência em operação é renovável, enquanto que 15,42% é não renovável.

Os dados fazem parte da Carta de Conjuntura de Energia produzida pela Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul), que apresenta uma análise dos dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Considerando a origem dos combustíveis, a ‘biomassa’ responde atualmente pela maior parte da potência em operação com 51,85%. Em segundo e terceiro lugar, por sua vez, aparecem as energias de origem ‘Solar’ (22,89%) e ‘Fóssil’ (15,42%). Por fim, a energia de fonte ‘Hídrica’ fecha com 9,84%, de participação.

A bioeletricidade, energia elétrica gerada a partir da biomassa de cana-de-açúcar, aumentou 365% a partir de 2015 em Mato Grosso do Sul. O crescimento contribui para o MS Renovável (Programa Estadual de Incentivo ao Desenvolvimento das Fontes Renováveis de Produção de Energia Elétrica), uma das ações do Plano Estadual MS Carbono Neutro – PROCLIMA, que tem objetivo de tornar o Estado, até 2030, território que neutraliza suas emissões de carbono.

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