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Meio Ambiente

Figueira centenária será substituída por “filha” na Avenida Afonso Pena

Exemplar foi infestado por fungos e não possui mais condições de viver na principal avenida da Capital

Jhefferson Gamarra e Cleber Gellio | 08/04/2022 10:36
Árvore está sem folhas e com galhos secos, apresentando riscos para a população. (Foto: Cleber Gellio)
Árvore está sem folhas e com galhos secos, apresentando riscos para a população. (Foto: Cleber Gellio)

Uma das figueiras centenárias que embelezam o canteiro central da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, está com os dias contados. Parecer técnico da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) apontou que a árvore, localizada entre as ruas Rui Barbosa e Pedro Celestino, está em péssimas condições e será substituída por uma muda originada da própria espécie.

Secretário municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana, Luis Eduardo Costa. (Foto: Cleber Gellio)
Secretário municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana, Luis Eduardo Costa. (Foto: Cleber Gellio)

“O indivíduo está aqui há mais de 100 anos, mas está trazendo riscos para a população. O diagnóstico indica a inviabilidade de manutenção e possibilidade iminente de queda de galho. A partir da retirada, vamos plantar outra da mesma espécie”, informou Luis Eduardo Costa, titular da Semadur. Segundo ele, a muda de figueira que será plantada foi retirada das sementes das árvores plantadas nas avenidas Afonso Pena e Mato Grosso.

Periodicamente, as figueiras centenárias, tombadas como patrimônio da Capital em 2019, passam por vistoria para verificar a saúde. Atualmente, são 22 figueiras na Afonso Pena e 17 na Mato Grosso, a diferença é que as da Afonso Pena são da década de 20 e da Mato Grosso da década de 30.

Essa será o segundo exemplar que será removido. Em 2020, uma árvore “vizinha” precisou ser removida pelos mesmos motivos. Perícias são feitas nas árvores frequentemente desde 2017, por meio de Tomografia Arbórea, onde são acoplados receptores na circunferência do tronco para captação de ondas de ultrassom, ou seja, quanto maior a qualidade da madeira, as ondas se propagam mais rápido, caso contrário, não há vitalidade. Na árvore que será removida, foram apenas 10 pontos.

Profissionais realizando "exames" na árvore gigante. (Foto: Cleber Gellio)
Profissionais realizando "exames" na árvore gigante. (Foto: Cleber Gellio)

“A velocidade reduzida indica que algo não está bem, porém o aspecto visual é o principal. Na avaliação visual, é possível identificar os fatores como fungo, ressecamento de galhos, perda de folhas e troca de casca. Esses fatores indicam falta de vitalidade e risco de queda. Mesmo que não caia por inteira, o risco de cair galhos é evidente”, explicou o auditor fiscal de meio ambiente, Marcel Rodrigo Cavalaro.

Desde 2017, quando começaram os manejos frequentes nas plantas centenárias, o biólogo Vanderson da Silva Lisboa, 29 anos, acompanha os trabalhos. “As ações de rastreamento do indivíduo é bastante exitoso, caso não fosse feito, as perdas seriam muito maiores, vamos continuar acompanhando para que os outros exemplares não sejam atingidos”, destacou.

Interdição - A ação de retirada da árvore do canteiro será realiza por etapas e terá inicio no próximo domingo (10), a partir das 6h, como previsão de bloqueio de todo o quarteirão da Avenida Afonso Pena (entre a Rui Barbosa e Pedro Celestino) nos dois sentidos da pista. Primeiro serão retirados os galhos, na sequência, os trabalhos serão concentrados na remoção do tronco do canteiro.

Além da Semadur, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos ) e a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) estarão mobilizadas na remoção.

Árvore embeleza região central de Campo Grande por mais de 100 anos. (Foto: Cleber Gellio)
Árvore embeleza região central de Campo Grande por mais de 100 anos. (Foto: Cleber Gellio)


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