Focos de calor triplicam durante a tarde em Mato Grosso do Sul
Segundo o coordenador da Defesa Civil, as condições climáticas aumentam o número de focos no período vespertino
A baixa umidade do ar, o aumento das temperaturas e das rajadas de vento no período da tarde triplicam os focos de calor em Mato Grosso do Sul. É o que aponta o coordenador da Defesa Civil do Estado, o coronel Fabio Catarineli.
“Essa situação faz com que o fogo se alastre com mais velocidade. E da manhã para a tarde os números de incêndios triplicam”, afirma Catarineli.
Segundo informações da Sala de Situação Integrada, somente na manhã desta segunda-feira (23) foram registrados 51 focos de calor no Estado, concentrados na região do Pantanal, em Corumbá, Porto Murtinho e Aquidauana.
O coordenador da Defesa Civil ainda ressalta que a vegetação seca se torna “combustível” para as queimadas. “Em função da estiagem, a vegetação está muito seca, o que é o combustível perfeito para a propagação do fogo. Isso só vai mudar quando a vegetação voltar a ficar verde”, aponta.
Situação de emergencia - Setembro não acabou e o registro de focos de calor superou os números de agosto, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Nos primeiros 22 dias do mês foram registrados 2.855 focos de calor em Mato Grosso do Sul. O número é 17% maior que no mês anterior, quando foram registrados 2.430 focos de calor.
Em apenas uma semana, entre o dia 15 e 22 de setembro, foram registrados 785 focos de calor no Estado. De acordo com o relatório divulgado nesta segunda-feira (23), em 2019 foram registrados 7.604 focos de calor, maior índice registrado nos últimos 12 anos.
Diante do aumento dos focos detectados, a WWF-Brasil confirma a situação de emergência do Pantanal e lança manifesto com 28 organizações membros do Observatório Pantanal para que os governos da região adotem medidas emergenciais, para o combate ao fogo e impedir a repetição desta tragédia nos próximos anos.
“No curto prazo é necessário investir em ações emergenciais, mas é essencial apresentar alternativas aos que o promovem”, explica Cássio Bernardino, analista de Conservação do WWF-Brasil.
Entre as medidas listas no manifesto estão Desenvolver políticas e penalizações mais fortes para os incêndios criminosos e a capacitar e contratar pessoas residentes no Pantanal para atuar em uma brigada de incêndios específica para a época de seca.
Matéria atualizada às 13h09 para acréscimo de informação