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Meio Ambiente

"Foge da capacidade humana", diz presidente de instituto sobre fogo

Antes a mais crítica, Paraguai-Mirim está sob controle, enquanto fogo explode na região do Abobral

Por Cassia Modena | 20/06/2024 10:02


O horizonte é vermelho em vez de escuro nas noites do Pantanal, enquanto sua vegetação queima como em nenhum outro junho dos últimos 22 anos monitorado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Já dura quase um mês o combate a focos críticos em diferentes áreas, principalmente as que estão do lado sul-mato-grossense do bioma, como confirmam satélites acompanhados pelo Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Nesta manhã (20), bombeiros e brigadistas se concentram principalmente na região conhecida como Abobral, próxima da Estrada Parque Pantanal e do Rio Miranda. Dá para ver no vídeo acima como a situação extrema dificulta o trabalho por lá.

Descontrole - Presidente de IHP (Instituto Homem Pantaneiro), uma das organizações que soma forças a órgãos oficiais para livrar o bioma das chamas, Ângelo Rabelo afirma que "foge da capacidade humana" o combate a todo esse fogo. Fora do controle também estiveram os incêndios em 2020, quando quase 4 milhões de hectares do Pantanal foram perdidos, conforme dados da Lasa, e inúmeros animais foram carbonizados.

O Corpo de Bombeiros tem usado aeronaves para monitorar e lançar água nas áreas inflamadas, mas mais reforços são necessários, pede Rabelo. O Governo de Mato Grosso do Sul declarou nesta semana que novas aeronaves e ajuda internacional são parte dessa resposta.

Aeronave sobrevoa área que queimava no Pantanal, na semana passada (Foto: Reprodução/Envio do Corpo de Bombeiros)
Aeronave sobrevoa área que queimava no Pantanal, na semana passada (Foto: Reprodução/Envio do Corpo de Bombeiros)

O presidente do IHP ao menos dá o alento que está controlado o fogo que consome desde o fim de maio a região do Paraguai-Mirim, próxima de comunidades ribeirinhas. Mesmo assim, brigadistas continuam a postos para apagar os focos e prevenir o ressurgimento.

A Abobral fica em outro ponto e começou a queimar depois. "É algo que surpreende. Focos explodem em vários lugares ao mesmo tempo e isso dificulta a chegada dos bombeiros e brigadistas", diz Rabelo.

Ele lembra que uma ponte chegou a cair na tarde da última terça-feira (18) na Estrada Parque que cruza a Abobral, e virou cinzas.

O presidente do IHP acrescenta que fazendeiros dessa região estão auxiliando no combate criando aceiros (faixas sem vegetação que impedem o avanço do fogo).

Rabelo rebate ainda a ideia de que áreas protegidas estão mais suscetíveis às chamas. "Não é uma informação correta. Nessas reservas, se mantém estrutura preventiva e há presença humana. Este ano, o fogo tem começado nas margens de rios e não está excluída a mão humana [como causa]", finaliza.

Cinco frentes e mais ajuda - A assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros informou que, hoje, a corporação está atuando em cinco frentes principais no Pantanal, inclusive com o apoio de caminhonetes, lanchas e drones.

Há homens na região do Paraguai-Mirim; na Curva do Leque, próximo ao Porto da Manga; em Abobral; na Bahia Negra; e próximo à aldeia Kadiwéu, na região do Barranco Branco. As margens do Rio Paraguai, no município de Ladário, também recebe equipe desde ontem (19).

O Prev-Fogo do Ibama (Instituto do Meio Ambiente) e o Exército são outro reforço de combate às chamas este ano. De acordo ainda com o Corpo de Bombeiros, até fuzileiros navais da Marinha ajudam.

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