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Meio Ambiente

Aeronaves são a principal pendência para o combate a incêndios no Pantanal de MS

Em reunião com secretário especial do MMA, Governo do Estado solicitou reforços no número de aeronaves

Por Mylena Fraiha | 18/06/2024 19:01
Aeronave despeja água em região com fogo para fazer resfriamento da área afetada (Foto: CBMMS)
Aeronave despeja água em região com fogo para fazer resfriamento da área afetada (Foto: CBMMS)

Na tarde desta terça-feira (18), o secretário extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial no MMA (Ministério do Meio Ambiente), André Lima, coordenou uma oficina voltada para debater ações e planejamento integrado para o enfrentamento dos incêndios florestais no Pantanal.

"Essa foi uma reunião de alinhamento mais detalhado, onde estabelecemos como funcionará, no dia a dia, a articulação tanto de caráter político, que demanda recursos do Governo Federal e dos Ministérios da Defesa e da Integração, quanto em um nível operacional, sobre frentes de combate e prioridades", explicou André Lima durante coletiva de imprensa no Comando Geral da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), na Capital.

Entretanto, ainda não foram definidos e divulgados quais serão os recursos federais enviados ao Mato Grosso do Sul. Essa definição, de acordo com André, dependerá da resposta dada por outros ministérios até a próxima segunda-feira (24). “Vamos recolher as respostas do Ministério da Defesa e dos demais ministérios, para sabermos quais recursos teremos disponíveis”, afirmou.

Secretário do MMA, André Lima, explica situação dos incêndios no Pantanal durante coletiva de imprensa no Comando Geral da PMMS (Foto: Paulo Francis)
Secretário do MMA, André Lima, explica situação dos incêndios no Pantanal durante coletiva de imprensa no Comando Geral da PMMS (Foto: Paulo Francis)

Sobre o reforço de equipes para combater os focos de incêndio, André aponta que o Exército também enviará uma equipe, mas ainda não foi definido um quantitativo. “A gente sabe que há uma grande dificuldade no momento, porque os esforços do Ministério da Defesa estão divididos em duas frentes: uma no Rio Grande do Sul, atendendo a calamidade lá, e outra que ainda não está debelada, que é a questão dos garimpos nas terras Yanomamis. Agora estamos com uma terceira frente que começou a ser gestada. Então, precisamos equilibrar as forças".

Secretário de Meio Ambiente de MS, Artur Falcette, explica que os incêndios na região pantaneira não podem mais ser tratados como um evento extremo (Foto: Paulo Francis)
Secretário de Meio Ambiente de MS, Artur Falcette, explica que os incêndios na região pantaneira não podem mais ser tratados como um evento extremo (Foto: Paulo Francis)

Entre as principais demandas apresentadas pelo governo estadual está a ampliação do número de aeronaves para realizar o combate aos incêndios no Pantanal. É o que explica o secretário-executivo de Meio Ambiente da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette.

“Uma das principais demandas nossas junto ao Governo Federal é esse apoio através de aeronaves para os deslocamentos. Sabemos que, em muitas localidades do Pantanal, o acesso é um problema, então não é algo tão simples quanto apenas a disponibilidade de homens", comentou Artur.

Apesar da falta de aeronaves, o secretário de Meio Ambiente de MS aponta que há um bom quantitativo de brigadistas envolvidos no combate aos incêndios no Pantanal. "Nesse momento, não podemos dizer que há falta de recursos. Pelo contrário, todos os recursos estão sendo empregados. Com comunicação e ação, estamos conseguindo coordenar melhor essas atividades".

Longo prazo - Conforme noticiado anteriormente, este ano, o fogo já consumiu 338.675 hectares do Pantanal em Mato Grosso do Sul, área que equivale a 313,5 mil campos de futebol. Somente na região da Serra do Amolar foram 114,97 mil hectares. Os focos se intensificaram este ano, devido à estiagem iniciada antes do período regular e à escassez de água: a última chuva no bioma foi registrada em abril.

Esse cenário já é um dos indícios de que as mudanças climáticas são uma realidade para quem vive em Mato Grosso do Sul e que vieram para ficar. Na percepção de Artur Falcette, os incêndios na região pantaneira não podem mais ser tratados como um evento extremo e de baixa probabilidade.

“Eles serão cada vez mais frequentes e precisam ser incorporados na estrutura de planejamento do Estado e previstos no orçamento anual. E toda ação e foco na aplicação de recursos para a prevenção de incêndios será muito mais efetiva do que tratar essa situação como extraordinária. Precisamos incorporar isso, de fato, na cultura do Estado, entendendo que temos uma mudança climática em andamento”, explicou o secretário-executivo de Meio Ambiente da Semadesc.

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