Prevendo o pior cenário, MS espera evitar repetir tragédia com apoio da União
Planejamento integrado com Mato Grosso e Ministério do Meio Ambiente serão aliados contra incêndios
Há 77 dias apagando incêndios florestais no Pantanal, o governo do Estado tem apostado no pacto federativo entre União e estados para fazer uma gestão e manejo integrado de Fogo na Amazônia e Pantanal para evitar repetir a tragédia ambiental de 2020, quando 30% do bioma queimou.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, explica que na prática um trabalho multiministerial tem sido realizado para criar um conjunto de mecanismos entre os entes que resultarão em ações coordenadas e colaborativas.
Em fase de implantação, representantes do Ministério do Meio Ambiente vão participar de uma visita técnica nesta terça-feira (18) no gabinete de crise de Mato Grosso do Sul para ter um panorama do cenário e ferramentas disponíveis.
Verruck ressaltar que a expectativa é que o governo federal já traga uma posição quanto a orçamento. “A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) disse que ia pedir aos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Orçamento e Planejamento) liberação orçamentária para o combate aos incêndios florestais. As salas de crise dos dois estados já estão integradas com a do governo federal e agora também temos a possibilidade de alocar recursos do Fundo Amazônia para o Pantanal”, destacou.
Em suma, o momento é de construção de um plano operacional coordenado pelo ministério que irá articular os processos de prevenção e combate ao fogo. “Eu defendo ainda a participação do Ministério da Defesa e das Forças Armadas. Porque a estrutura que temos, sozinhos, não temos como conseguir. Hoje estamos com todas as nossas forças e precisamos aumentar o volume de trabalho. Vamos pedir ajuda, seja para outros estados ou até ajuda internacional. Estamos viabilizando isso”.
Dentre as possibilidades esperadas estão apoio de aeronaves maiores, como os helicópteros que o Exército e a Aeronáutica possuem, para fazer o transporte da tropa em áreas remotas. “A situação mais grave está por vir, em agosto. As condições climáticas são mais severas do que antes. Estamos em calamidade hídrica e teremos problemas de mobilidade de barco”, vislumbrou.
Verruck relembra que durante 2020 chegou a dedicar dois meses para resolver o problema pessoalmente. Era responsável por buscar ajuda fazendo ligações para autoridades do governo federal para apagar o incêndio, literalmente. “Eu não sabia nem para quem pedir. Mas agora toda a estruturação que fizemos lá atrás fez com que chegasse com planejamento mais adequado neste momento”, ressaltou dizendo que o trabalho operacional com o pacto fará a diferença neste ano.
Os esforços já estão empenhados até mesmo durante os finais de semana. “Domingo (16) o governador chegou em Campo Grande 9h30 e 10h já estava reunido para saber do relatório do incêndio e quais os próximos passos. Uma ordem do governador é focar na responsabilização desses incêndios”.
Dentre as medidas para os próximos dias está a publicação de decretos autorizando poços artesianos nas propriedades, com flexibilidade de regularização posterior, com intuito de garantir água para os animais.
Em relação as aquisições, o Estado está articulando com todos os municípios do Pantanal decretos de emergência ambiental para que as cidades consigam angariar recursos da Defesa Civil nacional, por meio do Ministério de Desenvolvimento Regional.
Dos R$ 25 milhões disponíveis, parte será usado para implantar energia elétrica nas bases avançadas que estão em fase de implantação no bioma, bem como recursos para transporte de equipe com helicópteros da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e com pagamento de horas de voos para aviões de combate a incêndio Florestal. Também há a previsão de locação de caminhonetes para aumentar a frota de viaturas disponíveis para o Corpo de Bombeiros, bem como contratação de brigadistas.
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