Ibama conclui que ex-superintendente atrapalhou apuração
Foi publicada nesta terça-feira (22) no Diário Oficial da União a transformação em destituição de cargo da exoneração do ex-superintendente estadual do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis), David Lourenço. A medida é resultado do processo administrativo aberto à época, cuja conclusão foi que Davi atrapalhou investigação sobre uma criação de jacaré que era mantida por um funcionário do órgão, além de ter tirado benefício próprio.
David foi exonerado do cargo em 17 de outubro de 2011, e a exoneração agora foi convertida em destituição de cargo em comissão.
Conforme o Diário Oficial, Lourenço ofereceu resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço, além de valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública.
O ex-superintendente foi obrigado a sair do cargo após escândalo sobre comércio de jacarés, tendo sido investigado na operação Caiman, que apurou o envolvimento de servidores públicos em irregularidades quanto a criação de jacarés em uma pousada em Miranda, pertencente ao funcionário aposentado do Ibama, Gerson Bueno Zahdi.
Em agosto, Zahdi, a filha e a esposa foram presos pela Polícia Federal, acusados de crime ambiental. Ele, que é médico veterinário, trabalhava no setor de licenciamento ambiental do Ibama, e durante a investigação foi removido por Lourenço para o gabinete dele.
Na época, a sede do Ibama chegou a ser fechada pela Polícia Federal para cumprimento de mandados de busca e apreensão, que também tiveram como alvo o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Semac (Secretaria de Meio Ambiente, Semac (Secretaria de Meio Ambiente, do Planejamento, Ciência e Tecnologia), Prefeitura de Aquidauana.
De acordo com a denúncia, Zahdi tinha sido beneficiado por ser funcionário do órgão. Com isso, enriqueceu explorando comercialmente a criação de jacarés e a atividade turística sem licença ambiental. Segundo a PF, nunca houve fiscalização da forma como deveria no criadouro de jacarés, voltado à comercialização da pele.