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Meio Ambiente

Imagens aéreas confirmam desmatamento que acaba com paisagem na Ricardo Brandão

Ministério Público de Mato Grosso do Sul investiga se o local é área de preservação permanente ou não

Gabriel de Matos | 27/07/2023 08:04

Imagens aéreas ilustram muito melhor a situação que vai acabar com um dos trechos mais bonitos de Campo Grande e destaque na Avenida Ricardo Brandão, o desmate em volta da Travessa Dona Sabina e Rua Iara.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) acatou a denúncia de um dos moradores revoltado com a retirada das árvores, que formavam quase um túnel verde na região às margens do Córrego Prosa, e investiga se o desmatamento da área de 2.400 metros quadrados é permitida ou se ao longo da avenida algum trecho é considerado APP (Área de Preservação Permanente).

Em nota, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informou que o local não faz parte da mata ciliar do Córrego Prosa e que também não é área de preservação permanente. O MP contesta,

Mesmo assim, a secretaria ressaltou que uma equipe foi encaminhada ao local para averiguar a situação.

A empresa responsável pela obra já em andamento e citada no Inquérito Civil é a Rosso Construtora LTDA, que tem sede em Campo Grande, no Jardim dos Estados. Mas há vários outros pontos com a mata retirada, mas sem indicação do responsável pelo terreno. O que ficou foi uma faixa verde de bambus e outras espécies, servindo apenas de fachada para o desmate que ocorre atrás, o que fica mais visível visto de cima.

Veículos transitando pela Avenida Ricardo Brandão (Foto: Ângela Kempfer)
Veículos transitando pela Avenida Ricardo Brandão (Foto: Ângela Kempfer)

Inquérito - No momento, o processo guiado pela 42ª Promotoria de Justiça de Campo Grande está "em andamento". Os possíveis crimes investigados são contra o Meio Ambiente, Patrimônio Genético e Flora.

A denúncia que culminou na investigação do MPMS foi motivada pela a retirada de 27 árvores que estavam localizadas no lote interno na Rua Dona Sabina, fundos da Rua 7 de Setembro. Mas a supressão foi autorizada pela Semadur.

A Rosso Construtora foi contatada pela reportagem do Campo Grande News. Questionada se a obra tem todas as licenças, se o local é uma APP e posicionamento sobre a investigação, o engenheiro e responsável técnico Rafael Rosso informou que a obra tem o alvará de construção e supressão vegetal.

Em março, ele explicou que serão construídos em torno de cinco sobrados na área. " O que pretendemos fazer é deixar aquela faixa que dá pra Ricardo Brandão totalmente preservada, justamente para contribuir com a sustentabilidade”, disse à época.

Parte desta área em vermelho foi desmatada para construção (Foto: reprodução Google Maps) 
Parte desta área em vermelho foi desmatada para construção (Foto: reprodução Google Maps)

Reclamações - Recentemente, o Campo Grande News noticiou várias reclamações de quem frequenta ou mora na região atingida pelo desmate.

A empregada doméstica Fátima Aparecida Arantes, de 61 anos, trabalha na região há cerca de três anos. Ela conta que antes era agradável ficar em volta da Avenida Ricardão Brandão mesmo no tempo seco. "Era uma coisa tão bonita, cheia de árvores aqui na frente, mesmo no tempo seco, aqui era bom de ficar", disse.

Ela ainda destaca que tapumes viraram parte da paisagem que antes era somente de árvores.

A empresária Lucka Pimenta, representante do bairro há 10 anos, explicou à reportagem o quanto a situação preocupa os moradores. "Esse empreendimento derrubou até ipês. Aqui é muito estreito, não tem vazão nenhuma em caso de emergência e é muito íngreme".

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