Em Campo Grande, desperdício de água é de 22%, abaixo da média
O índice de desperdício de água em Campo Grande caiu mais da metade nos últimos seis anos, porém, mais de 22% da água que sai da concessionária responsável pelo serviço não chega até as torneiras. Ou seja, de cada mil litros de água distribuídos na cidade, 200 ainda são desperdiçados.
A taxa de desperdício chegava a 56% em 2005, de acordo com o diretor-executivo da Águas Guariroba, José Aílton Rodrigues. No último balanço divulgado pelo SNIS (Sistema Nacional de Informações de Saneamento), referente ao ano de 2009, a média nacional era de 40%.
“Nossa perda chega a 22%, enquanto Manaus (AM) desperdiça até 70% e São Paulo (SP) 27%. Dentre as capitais, acredito que Campo Grande tenha o menor índice”, comenta o diretor. O próximo levantamento do SNIS, referente a 2010, deve ser publicado no final deste mês.
O Japão é o país com menor índice de perda. A cada 100 litros que saem das torneias, apenas três não chegam às casas. Em Campo Grande, a meta é, em dez anos, atingir a taxa dos países europeus, que desperdiçam 15% da água.
“Houve investimentos em todas as áreas focados na redução da perda. A maior dificuldade é em relação às fraudes, que hoje representam mais da metade, mas não há um balanço exato”, aponta Rodrigues.
Ainda conforme o diretor, o principal problema está no conhecido ‘gato’, quando o morador faz ligação clandestina. Com a ruptura da rede, resíduos entram na água e podem contaminá-la.
99,99% potável - Relatório divulgado nesta sexta-feira (9) pela Águas Guariroba mostra que o índice de potabilidade da água consumida em Campo Grande é de 99,99%. Hoje, a empresa realiza cerca de 40 mil análises mensais da qualidade da água.
“Vários parâmetros determinam se a água é potável ou não. Hoje o monitoramento é feito no córrego, para ver se há algo prejudicial à saúde, na estação, que é feito em tempo real, quando sai da estação e em cerca de 200 pontos espalhados pela cidade”, explica Rodrigues.
São avaliados itens como pH, coliformes totais, cor, cloro residual e turbidez - presença de particulas sólidas na água. Em Campo Grande, todos os índices estão dentro da média permitida.
“Campo Grande tem uma das melhores águas do Brasil, se não for a melhor”, afirma o diretor. “Eu só bebo água que vem da água e só confio na água da concessionária”, garante.