Lago que agonizou por anos "morre" e agora a busca é por novo destino
Diretoria vai apresentar propostas e está aberta a parcerias para resgatar área de lazer em Campo Grande.
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O Lago do Rádio Clube, em Campo Grande, praticamente morreu, vítima de assoreamento, erosão e poluição durante anos. Uma perda que não tem mais volta e agora resta encontrar alternativas para resgatar a área de lazer que, num passado recente, já foi orgulho para as famílias campo-grandenses e cenário de passeios aos finais de semana.
Quem faz o alerta é o vice-presidente do clube, coronel Sidinei Barboza, 61. Ele disse que em julho deste ano tiveram início estudos para avaliar a situação e definir o que será feito da área, localizada na sede campo do clube, na Vila Morumbi. “O lago não tem mais jeito. Com o assoreamento durante anos, juntou muitos sedimentos, como lama, madeira, entulho. As plantas que cresceram na área banhada se tornaram árvores e fica difícil resgatar a área banhada que tínhamos aqui antes", anuncia.
“Estamos analisando a implantação de medidas mais viáveis e rápidas, como uma pista de bicicross e de caminhada. Também há proposta de recuperar os quiosques como área de descanso para usuários e funcionários, e construir banheiros”, disse.
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“Estamos fazendo um levantamento detalhado da área para buscar parcerias com empresas privadas e talvez a própria prefeitura para que o local volte a se tornar opção de diversão, esporte e entretenimento para famílias de nossa capital”, complementa.
Saudade – Ainda está muito viva na memória do empresário Alex Sousa da Silva, 26, a imagem do lago com os gansos ao redor e o barulho de crianças brincando ao seu redor.
“Era muito bonito. Tinha tantos animais. E as pessoas ainda aproveitavam para pescar. Dá saudade”, disse, que é proprietário de um lava-jato na Rua Spipe Calarge.
"Mas tem muita erosão nas ruas ao redor", observa.
De fato, nas vias adjacentes à Rua Canadá, na Vila Morumbi, pedras e muito barro descem com a água da chuva das áreas mais altas da região diretamente ao terreno do Rádio Clube.
O engenheiro Rudi Fiorese, à frente da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), disse que, por ser terreno particular, que o poder público não tem responsabilidade sobre ele, mas que está aberto às propostas de parcerias para recuperação da área de lazer.
"Temos que analisar com cuidado tudo o que precisa ser feito no local", disse.
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Cheio por águas do Córrego Bandeira, o lago do Rádio Clube foi ameaçado pela falta de planejamento urbano, constantes alagamentos e carreamento de areia, que intensificaram seu assoreamento, de acordo com especialistas.
A Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), e a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) vem buscando viabilizar, em conjunto com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), um estudo da bacia do Bandeira.
A finalidade é traçar um diagnóstico dos meios físico, biótico e sócio-econômico, com os problemas mais estruturantes, para que sejam desenvolvidos projetos para recuperação da área, que contempla ainda o Lago do Amor, no campus da universidade.