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Capital

Obras para conter assoreamento do Lago do Rádio Clube vão ser retomadas até 4

Paula Maciulevicius | 02/07/2012 15:00

Em março foi dada a ordem de serviço e o prazo de três meses para conclusão, mas empreiteira pediu mais 90 dias para concluir obras

As obras para conter o assoreamento no lago do Rádio Clube, em Campo Grannde, que foram interrompidas pouco antes de última chuva provocar prejuízos na região, devem ser retomadas até quarta-feira. A diretoria do clube prevê para hoje reunião com a empresa VS Martins, responsável pela contenção do assoreamento.

Em março deste ano foi dada a ordem de serviço para a revitalização da área e o prazo de 90 dias para conclusão. Em entrevista ao Campo Grande News nesta segunda-feira, o presidente do clube, Omar Ayoub, sustentou que, por conta da chuva, a empreiteira está atrasada com o projeto e pediu mais 90 dias para concluir o serviço.

No projeto estão inclusos a limpeza do local, contenção do assoreamento, novo paisagismo e construção de uma pista de caminhada.

O lago está há 15 anos interditado e dos 3,5 mil m² que já teve, hoje a extensão não passa de mil metros quadrados. Represado na década de 70, a presidência do clube alega que o assoreamento se agravou, há três anos, após a extensão da avenida Bom Pastor, na lateral do clube.

Quem passa pelo lago do Rádio Clube tem, além da nostalgia, o sentimento de abandono. O empresário Nelson Acosta, 24 anos, há 18 mora na região. “Quando vim para cá funcionava tudo, tinha vida no lago e até gente que pescava. Hoje quando você olha não vê mais nada, esses dias mesmo a gente deparou com uma capivara aqui no pátio da galeria. Ela deveria estar lá”, narra.

No projeto estão inclusos a limpeza do local, diminuição do assoreamento, novo paisagismo e construção de uma pista de caminhada. (Foto: Rodrigo Pazinato)
No projeto estão inclusos a limpeza do local, diminuição do assoreamento, novo paisagismo e construção de uma pista de caminhada. (Foto: Rodrigo Pazinato)

O relato da vizinhança que mora ou ganha o sustento nos arredores do clube é de pouco movimento, principalmente em relação a contenção do assoreamento. “Nunca vi mexendo no lago, eu vejo quando o asfalto se abre e depois fecham, isso já aconteceu várias vezes”, acrescenta.

O técnico em eletrônica, Juarez de Almeida, 39 anos, está há seis trabalhando em frente ao lago, enfrentou há poucos dias a interdição da rua Spipe Calarge que derrubou o movimento de clientes.

“Não vai solucionar nunca o problema de chuva enquanto o lago estiver assoreado assim. Ali não tem água, só tem terra”, diz.

Trabalhando todos os dias ele conta que toda temporada de chuva os problemas aparecem em proporção cada vez maior. “Faz tempo que todo ano é a mesma coisa, só promessa e quando chove fica cada vez pior. Eles começaram a mexer no lago tem uns 20 dias e pararam... Logo veio a chuva, interditou e aí que não veio mesmo”, ressalta.

A administração do Rádio Clube diz que seguiu com o projeto até onde foi possível até que a licença ambiental fosse emitida. A retirada de eucaliptos vista de longe e a terra em volta do lago são prova disso.

“Já limpamos um pouco dentro do lago, vamos fazer uma pista de caminhada. Tivemos de retirar os eucaliptos para revitalização”, completa Omar Ayoub.

Sem ver a movimentação esperava, pelo menos logo após a chuva, a comerciante Sônia Duarte, 59 anos, se preocupa. O receio é de que ela e os demais empresários vivam novamente o drama de ficarem isolados.

“Acho que a prefeitura é tão rígida em cima de multa, cobra tanto e porque com o lago não acontece nada disso? Afinal é propriedade particular, mas o que a gente vê é que está totalmente parado até achamos que toda essa situação da última chuva ia dar um jeito nisso”, questiona Sônia.

O problema de assoreamento porque a água do córrego Bandeira, que começa na avenida Três Barras e deságua no Anhanduí, passa pelo lago do Rádio Clube Campo e, por conta da urbanização da área, a água ficou represada.

Em frente ao lago, atravessando a rua Spipe Calarge, onde o córrego segue o curso, uma erosão tomou conta do local.

Trabalhando e morando na região, empresário diz que há muito tempo não vê mais vida no lago. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Trabalhando e morando na região, empresário diz que há muito tempo não vê mais vida no lago. (Foto: Rodrigo Pazinato)
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