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Meio Ambiente

Nevoeiro de radiação é o que encobre céu da Capital, explica meteorologista

Previsão é que ele comece a se dissipar apenas por volta das 9h30, quando primeiros raios solares aparecerem

Por Cassia Modena | 27/05/2024 08:45
Como estava o trânsito com nevoeiro na Avenida Zahran, em Campo Grande, já por volta das 7h30 (Foto: Marcos Maluf)
Como estava o trânsito com nevoeiro na Avenida Zahran, em Campo Grande, já por volta das 7h30 (Foto: Marcos Maluf)

É nevoeiro de radiação o nome do fenômeno que, principalmente neste domingo (26) e segunda-feira (27), toma conta do céu da Capital e de municípios onde costuma fazer mais frio em Mato Grosso do Sul, como Dourados e Ponta Porã, por exemplo.

O diagnóstico é do meteorologista de Campo Grande, Natalio Abrãao. "Precisa haver essas condições fixas para ele se formar: vento fraco, céu sem nuvens e umidade relativa do ar entre 90% e 100%", explica.

"A tendência é que a umidade do ar se condense, formando o nevoeiro. A radiação que sai da Terra e a perda de calor do chão devido à massa de ar frio, causam então o nevoeiro de radiação. Outono e inverno têm as condições mais favoráveis para formá-lo. É um fenômeno normal", ele continua.

Visibilidade do alto de rua do Centro da Capital, era ainda menor por volta das 6h (Foto: Direto das Ruas)
Visibilidade do alto de rua do Centro da Capital, era ainda menor por volta das 6h (Foto: Direto das Ruas)

Sem brilhar nas primeiras horas do dia, o sol "sumido" acaba contribuindo para a demora da dissipação desse nevoeiro. A previsão de Natalio é que apenas por volta das 9h ou 9h30, quando os primeiros raios mais fortes atingirem a atmosfera, se possa começar a enxergar melhor.

Nevoeiro x névoa úmida - O nevoeiro de qualquer tipo atrapalha a visibilidade não só para quem está no chão, mas também na aviação, continua o meteorologista. É por isso que o Aeroporto Internacional de Campo Grande está fechado nesta manhã para pousas e opera por instrumentos para decolagens, inclusive.

Ele diferencia as duas formas de apresentação do fenômeno. "Nevoeiro atrapalha a visibilidade a até mil metros. A névoa úmida é acima de mil metros", compara.

Na região do aeroporto, nevoeiro mal deixava ver avião por volta das 8h (Foto: Marcos Maluf)
Na região do aeroporto, nevoeiro mal deixava ver avião por volta das 8h (Foto: Marcos Maluf)

"Erro" comum, destaca Natalio, é chamar a neblina de nevoeiro. "Se chama de neblina na Argentina. Cientificamente, nós chamamos de nevoeiro", afirma.

Nenhum tipo de nevoeiro contribui para aumentar a sensação de frio, esclarece o meteorologista: "o que pode acontecer é as pessoas que precisam se expor mais ao tempo, como os motoqueiros, por exemplo, serem atingidos pelas gotículas condensadas do nevoeiro e sentirem mais frio por causa da roupa úmida".

Próximos dias - É possível que a partir de quarta-feira (29) o nevoeiro comece a ter duração e intensidade menores, fala ainda Natalio Abrãao.

É que as temperaturas devem começar a subir gradativamente a partir de amanhã (28) e o tempo pode ficar mais quente na quarta. "Mas na quinta-feira e sexta-feira o frio retorna com mais intensidade, então, o nevoeiro pode voltar também", avisa.

Quanto ao frio, o meteorologista explica que não tem data exata para acabar. "Temperaturas vão caindo aos poucos, mas o tempo vai seguir frio até o início de junho", finaliza.

Matéria editada às 10h58 para corrigir informação sobre o funcionamento do aeroporto.

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