No 2º dia de combate a incêndio, bombeiros sobrevoam o Pantanal
Corpo de Bombeiros continua trabalhos de sobrevoo hoje; Corumbá concentra 40 dos 98 focos de incêndio em MS
As equipes do Corpo de Bombeiros e da Marinha voltam a sobrevoar a região de Corumbá nesta manhã (30), devido ao aumento do número de queimadas na região. O município concentra 40 focos de incêndio, 40,8% do total registrado esta semana, contabilizado até agora em 98 pontos.
Dos 209 focos de queimada este ano em Mato Grosso do Sul, 46,88% foram registrados esta semana.
Ontem as equipes começaram o combate às chamas na região de Jatobazinho. "Hoje vamos iniciar as ações nos pontos mais próximos da cidade e seguindo a calha do rio, sentido Corumbá-Cáceres", disse o tenente Jonatas Lucena, do Corpo de Bombeiros de Corumbá.
O foco mais próximo de Corumbá, sobrevoado na tarde de ontem, foi o da Baía do Tuiuiú. Pelo caminho, as equipes visualizaram diversos pontos de queimadas, às margens do Rio Paraguai. "A maior parte deles já estavam praticamente extintos, restava apenas uma área que queimava em profundidade, ou alguns troncos que causaram muita fumaça. Apesar disso, não tinha risco de propagação para novas áreas", afirma o militar.
No ano passado, Mato Grosso do Sul chegou a decretar situação de emergência por conta do aumento dos focos de queimadas a partir do segundo semestre. Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram registrados 11.653 focos durante todo o ano. Corumbá liderou o ranking, com 6.241 focos, 53,6% do total, seguido de Porto Murtinho (1.470) e Aquidauana (1.208).
Com os focos de incêndio no Pantanal, uma força-tarefa foi criada envolvendo mais de 300 pessoas das unidades do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal, Ibama, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Exército e os próprios funcionários de fazendas da região.
Quatro aeronaves foram utilizadas para auxiliar no combate, duas com capacidade de transportar 3 mil litros de água, e as outras duas com tanques de 1,5 mil litros de água cada. A força-tarefa foi desmobilizada, encerrando as operações oficialmente, no dia 8 de novembro.
Os incêndios atingiram áreas de reserva ambientais, como o Refúgio Caiman, em Miranda, que teve mais de 170 mil hectares consumidos pelas chamas, cerca de 60% da área total. Dentro da área, vários ninhos mantidos pelo Instituto Arara Azul foram atingidos, 33% dos cadastrados. Dos 15 ninhos ocupados por outras espécies, 60% foram atingidos pelo fogo.