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Meio Ambiente

“Pior situação já vista”, diz ministra do Meio Ambiente sobre fogo no Pantanal

Marina Silva disse que incêndios atuais no Pantanal são agravados pelos extremos climáticos e pela ação humana

Por Mylena Fraiha | 25/06/2024 10:15
Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em evento realizado em abril no auditório do Bioparque Pantanal, na Capital (Foto: Arquivo/ Paulo Francis/Campo Grande News)
Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em evento realizado em abril no auditório do Bioparque Pantanal, na Capital (Foto: Arquivo/ Paulo Francis/Campo Grande News)

“Estamos diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e das Mudanças do Clima, Marina Silva, nesta segunda-feira (24). Ela também alertou que os incêndios atuais no Pantanal são agravados pelos extremos climáticos, como a escassez hídrica na bacia do Rio Paraguai, mas também pela ação humana.

Essas declarações dadas por Marina Silva foram feitas ontem (24), durante entrevista após segunda reunião da sala de situação de crise com outros ministros, como Simone Tebet (Planejamento) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), além de representantes da Defesa e da Justiça.

Durante a coletiva, a ministra do Meio Ambiente também reforçou que as “queimas controladas” para manejo, para pasto ou outro cultivo, estão proibidas até o final do ano. Marina também apontou que aso o indivíduo faça uso do fogo, para qualquer atividade, ela estará cometendo um delito. “É fundamental parar de usar fogo para qualquer coisa. E, nesse período, não tem incêndio por raio. O que está acontecendo é incêndio por ação humana”, disse.

A ministra do Meio Ambiente pontuou, após a reunião, que 85% dos incêndios estão em propriedades particulares. "Nós temos uma responsabilidade sobre as Unidades de Conservação federais, mas, neste momento, dos 27 grandes incêndios, o Governo Federal está agindo em 20, mesmo não sendo da nossa competência, porque o fogo não é estadual, não é municipal, o fogo é algo que destroi a vida e cria prejuízos econômicos, sociais e ambientais", garantiu Marina.

Brigadistas tentam controlar as chamas no Pantanal (Foto: Reprodução/Governo do Estado)
Brigadistas tentam controlar as chamas no Pantanal (Foto: Reprodução/Governo do Estado)

Importante mencionar que desde o dia 11 de junho a queimada prescrita está proibida em Mato Grosso do Sul. O Governo de MS, por meio do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), suspendeu as autorizações ambientais de queima controlada pelo prazo de 180 dias. A portaria suspensiva foi assinada pelo diretor-presidente do Imasul, André Borges.

De 1 de janeiro a esta terça-feira, o Pantanal brasileiro já registrou 3.372 focos de incêndio, de acordo com a plataforma de monitoramento BDQueimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Desse total, 2615 foram registrados somente em MS.

Recursos federais - Conforme noticiado anteriormente, Mato Grosso do Sul deve receber repasses do governo federal para conter os incêndios florestais, anunciou Simone Tebet durante uma coletiva de imprensa na noite de segunda-feira (24). A ministra do Planejamento e Orçamento, ao lado de Marina Silva, participou da reunião de crise em Brasília (DF).

Os valores exatos ainda não foram definidos, mas, segundo Marina Silva, os repasses já ultrapassaram R$ 100 milhões. Na sexta-feira (28), as ministras visitarão Corumbá, um dos municípios com mais focos de incêndio.

"O nosso trabalho está integrado aos governos locais, e vamos ver de perto a situação que já estamos acompanhando diuturnamente. Não faltarão recursos, com responsabilidade, para salvarmos a maior planície alagável do mundo", afirmou Tebet, destacando que os recursos estão sendo alocados para o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, atualmente, a operação no Pantanal conta com 175 brigadistas do Ibama, 40 do ICMBio e 53 combatentes da Marinha. Além disso, profissionais do Corpo de Bombeiros e brigadistas da iniciativa privada também estão envolvidos nas ações.

Marina Silva também apontou que o Governo Federal analisa reduzir de seis meses para três meses o período de interstício para contratação de brigadistas. Atualmente, os contratos são temporários, e quando acaba o período contratado, os brigadistas só podem ser convocados novamente após um período de seis meses. O plano do Governo Federal é reduzir esse tempo para facilitar a contratação, já que a função demanda treinamento específico.

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