Diante de modismo e curso,Ibama alerta sobre criação e venda de veneno de cobra
Cursos oferecidos em Campo Grande fizeram o Ibama em Mato Grosso do Sul emitir alerta de que é crime criar cobras em cativeiro sem autorização.
O modismo da vez é a criação desses animais para comercialização do veneno, que tem alto valor no mercado.
No sábado passado, dia 23, curso foi ministrado no Sindicato Rural de Campo Grande, com a propaganda de que venenos de cobras custam mais que ouro.
O Ibama alerta que é considerado crime ambiental coletar cobras direto da natureza sem autorização, com multa de R$ 500 reais por exemplar, se for de espécie não ameaçada de extinção, e de 5 mil reais para espécie ameaçada, além de detenção de 6 meses a um ano.
A instalação de ofidários, segundo a coordenadora do Núcleo de Fauna do Ibama em Mato Grosso do Sul, Paula Mochel, só pode ser feita na área rural e precisa estar devidamente autorizado.
O órgão também lembra que para a criação, é preciso um responsável técnico pelo projeto e pelo acompanhamento, que pode ser um zootecnista, um biólogo ou um veterinário.
Instalar um empreendimento sem licença ambiental implica em multa de R$ 500,00 a R$ 10 milhões de reais e pena de detenção de 1 mês a 6 meses.
Em caso de interesse nesse tipo de atividade, a pessoa deve adquirir os animais de criadores legalizados, adverte o órgão. No País só existem 6 ofidários com a licença do Ibama.
“É claro, para fazer a extração do veneno para fins comerciais o empreendedor precisa de pessoa especializada e treinada para isso”, lembra a coordenadora.
Sobre a venda do veneno, a legislação que regulamenta o acesso a patrimônio genético brasileiro, também obriga autorização do órgão ambiental para remessa ao exterior. A multa mínima de R$ 10 mil e máxima de R$ 5 milhões de reais (pessoa jurídica) e de 5 mil até 50 mil no caso de pessoa física.
Curso - Em Campo Grande, o curso ministrado no dia 23 foi responsabilidade de organização que mantém o site Veneno de Cobra e locou espaço no Sindicato Rural para realização. O grupo se apresenta como equipe de profissionais autônomos que presta serviços na área de serpentário.
Um dos convidados para ministrar o treinamento é o professor alemão Stefan Tutzer, informa o site.
Na internet, os organizadores dizem que os objetivos do curso são “oferecer produtos e subprodutos ofídicos das serpentes brasileiras que tem grande potencial na área de pesquisa e indústria em geral, ajudando na preservação da Herpetofauna que sofre diariamente com os impactos ambientais que estão ocorrendo no mundo real”.
O site prega que o valor do veneno no mercado pode ser de R$ 300 o grama do produto, "cinco vezes mais caro que o ouro! , ou muito mais conforme a espécie"
Uma das advertências é de que é necessária a autorização do Ibama para a exploração da atividade.