Reciclar virou hábito, mas deixar o carro ainda é obstáculo contra meio ambiente
Enquete do dia perguntou quais ações para ajudar o meio ambiente fazem parte da rotina dos leitores
Nos últimos anos, com a implantação e o crescimento da coleta seletiva em Campo Grande, separar o lixo produzido em casa se tornou hábito na vida de muita gente. Pelo menos é o que diz a maioria pelas ruas da cidade, garantindo que adotou a medida como forma de cuidar do meio ambiente. Mas, quando o assunto é locomoção, seja pela praticidade ou mesmo necessidade, os automóveis parecem ser os inimigos número 1.
Leitores do Campo Grande News comprovam esta informação. Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, enquete perguntou quais ações ambientais fazem parte da população campo-grandense e a opção "uso menos carro" foi a menos votada, sendo escolhida apenas por 6% dos leitores.
Apesar de afirmar usar por pouco tempo, ao longo do dia, a motorista Gabriela Carla Lescano confessa a necessidade de usar teu veículo. "Uso para trabalhar, mercado e, principalmente, buscar as crianças na escola, ou seja, é indispensável".
Com mais de um automóvel em casa, a dentista Kelly dos Santos também faz uso do carro em sua rotina, mas garante tentar encontrar outras saídas. "Meu uso é para trabalho e mercado. Mas já optei pela 'carona amiga' e faço isso até com o meu marido, de vez em quando, saindo de casa juntos", afirma.
A motorista Emir da Silva Ferreira é outra que ainda não consegue largar o carro de uma vez, mas que diz tentar realizar o máximo de atividades sem ele. "Tento fazer o que é perto, como academia e mercado, a pé", garante.
Segundo levantamento do Detran-MS, a frota de veículos registrados chega a 1,6 milhão, em Mato Grosso do Sul.
Outros resultados - Entre as opções disponíveis na enquete, "reciclar" foi a ação mais escolhida pelos leitores como forma de cuidar do meio ambiente de forma rotineira, obtendo 33% dos votos.
Outros 26% afirmam que comprar apenas o necessário é forma como tenta contribuir por um mundo menos poluído, enquanto 20% diz que tenta economizar água ao máximo.
Entre os participantes, 14% indicaram não praticar nenhuma dessas ações em sua rotina.
Mais votada - Reciclar parece realmente ter caído no gosto da população campo-grandense. Pessoas como a advogada Luana Cerqueira Muta, de 38 anos, estão cada vez mais conscientes em relação à ação.
"Aqui em casa começamos a reciclar logo que a coleta seletiva começou a passar, aos sábados. No início, confesso que a gente esquecia, de vez em quando, mas depois virou hábito e hoje a família inteira separa o lixo para um descarte correto. Até as crianças acabaram entendendo, então a gente termina de usar alguma coisa, já lava e separa", afirma.
Ainda segundo ela, parte dos materiais chegam a ser doados depois de limpos. "Separamos as tampas de garrafas plásticas para entregar para um projeto que junta o material para vender e arcar com a castração de animais. As fraldas do meu bebê têm lixo separado também. Temos o lixo orgânico e plásticos, papéis e vídeos são separados".
Menos lixo - Entre os que disseram comprar apenas o necessário como forma de ajudar o meio ambiente, a explicação está na quantidade de lixo produzido.
"Comprando menos, você polui menos, porque não gera tanto lixo. Além disso, também separo o lixo antes de jogar, o que garante que os materiais serão direcionados de forma correta", explica.