Rio chega a 3 metros acima no normal, mas especialista descarta super cheia
Embora o Rio Paraguai alcance 3,05 metros acima do nível normal, na região de Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande, as águas estão mais baixas na cabeceira e os especialistas não esperam cheia excepcional para esse ano, em Mato Grosso do Sul.
De acordo com as previsões da Embrapa Pantanal (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) é provável que as águas não ultrapassem os 5,42 metros acima do nível normal, como ocorreu em junho de 2014. O pesquisador do Laboratório de Geoprocessamento/Sensoriamento Remoto, Carlos Padovani, explica que a estimativa considera outros fatores além da altura do rio na região.
“O nível do rio é basicamente consequência do que ocorre em Cáceres e Cuiabá (MT). Os níveis do rio lá estão abaixo do que foi no ano passado, então não tem como Ladário ter uma inundação maior esse ano. Toda a água é transportada das partes mais altas para as partes mais baixas”, detalha Padovani.
O especialista lembra que a inundação do ano passado no Pantanal foi, relativamente, comum, pois os 5 metros são parte da classe mais frequente na média histórica. “O que aconteceu ano passado é que as chuvas na região de Corumba e Ladário foram muito intensas, na Nhecolândia e Araguaia, e essa grande quantidade fez a região ficar muito alagada não só pelo nível do rio e chuva local, mas toda uma combinação de diferentes fatores”, destaca o pesquisador.
Ontem (24), o rio na região de Ladário alcançou os 3,05 metros acima do nível normal, segundo o Serviço de Sinalização Náutica do Oeste da Marinha do Brasil. O volume é superior aos 2,52 metros constatados no mesmo dia do ano passado. Isso ocorre, porque o nível vinha baixando aos poucos, mas as chuvas de fevereiro atrasaram o processo. “Houve grandes pancadas de chuva em Corumbá, Ladário, no Rio Abobral e Rio Miranda. Isso acumulou com as águas que ainda estava baixando, mas não significa que a cheia será mais intensa do que a do ano passado”, justifica Padovani.
O nível não diz tudo, por isso os pesquisadores consideram uma série de levantamentos e fatores para prever a intensidade da cheia. Com isso, o pesquisador garante que até o momento a expectativa é de que as águas não alcancem nível excepcional. “Temos que monitorar as chuvas para poder estimar a resultante, mas sabemos que hoje, com a chuva que já caiu não existe motivo para acreditar que vamos ter uma grande cheia na região, novamente”, comenta o Padovani.